O demorado trâmite para a entrada da Venezuela no Mercosul teve mais um desdobramento nesta terça-feira (13): o deputado federal Paulo Maluf (PP) apresentou seu parecer favorável à adesão do país no grupo à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

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Segundo a agência Câmara, Maluf argumentou que a adesão da Venezuela não acarretará "por agora" desconsideração ou desrespeito aos princípios norteadores das relações internacionais.

O relator chamou o presidente venezuelano de "psicopata" e "cafajeste". "Mas se não admitirmos o ingresso da Venezuela, estaremos punindo o povo venezuelano, que não merece esse tratamento", ponderou, diz a agência.

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"A bem da verdade, o povo venezuelano não merece, de igual modo, o dirigente que eventualmente está tendo. Mas não devemos pensar que a Venezuela é o senhor Chávez, nem mesmo que o senhor Chávez é o melhor representante do povo venezuelano", diz o relatório de Maluf.

Como relator, ele defendeu a entrada da Venezuela como uma "homenagem" ao povo do país, "a despeito do seu governante de momento", diz. Em outro trecho do relatório, ele ainda reforça a questão passageira do governo Chávez. "Para definir nosso juízo sobre a matéria, temos em consideração, sobretudo, o povo venezuelano, a Venezuela como país. Acima e a despeito do senhor Chávez – que é passageiro, e esperando que a passagem seja a mais breve possível – não podemos perder de vista o país chamado Venezuela."

"Não podemos impedir que a Venezuela ingresse no Mercosul, mas há restrições sobre seu presidente, Hugo Chávez", disse Maluf nesta segunda-feira (12) à agência de notícias "Reuters". A ala governista deve pedir revisão do relatório, o que adiará a votação.

Demora

O ingresso da Venezuela no Mercosul se arrasta desde março deste ano no Congresso brasileiro. Em outubro, a adesão foi aprovada pela Comissão de Relações Exteriores nem sessão de cinco horas em que os deputados fizeram duras críticas ao presidente Chávez e sobre seu governo.

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A votação do projeto deve acontecer na próxima semana. Antes, na terça-feira (20), a comissão promoverá uma audiência pública sobre o tema, com convidados representando governo e oposição.

Após o debate na CCJ da Câmara, a proposta deve passar ao plenário e depois ao Senado.

Os países membros do bloco, Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, aprovaram o ingresso da Venezuela em julho de 2006, mas até agora nem o Congresso brasileiro, nem o paraguaio aprovaram a adesão.