O ex-diretor-gerente do FMI Dominique Strauss-Kahn ficou mais próximo nesta terça-feira de ser inocentado das acusações de estupro de que foi alvo nos EUA, mas uma nova denúncia de crime sexual feita na França deve representar mais um obstáculo a qualquer ambição política dele.

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Um investigador não-identificado informou ao jornal The New York Post que a promotoria deve arquivar as denúncias contra Strauss-Kahn numa audiência judicial dentro de duas semanas, ou talvez antes, por causa das sérias dúvidas que pairam sobre a credibilidade da suposta vítima, uma camareira de hotel em Nova York.

Mas, também na terça-feira, deve ser formalizada na França a denúncia da jornalista Tristane Banon, que diz ter sofrido assédio sexual por parte de Strauss-Kahn em 2003, disse um advogado dela à Reuters.

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As idas e vindas no caso Strauss-Kahn criaram um clima político instável que ameaça atingir a campanha presidencial de 2012 na França, em que o político socialista era um forte candidato até ser detido em maio por causa da acusação de estupro em NY. Ele teve de deixar o comando do FMI devido ao escândalo, e foi substituído por sua compatriota conservadora Christine Lagarde.

No entanto, na semana passada promotores disseram que a camareira que acusou o ex-chefe do FMI de crimes sexuais admitiu ter mentido para o júri, e Strauss-Khan foi libertado da prisão domiciliar em que se encontrava.

Ativistas franceses de esquerda, furiosos com a provável eliminação do seu candidato da disputa eleitoral, apontaram a denúncia da jornalista Banon como mais uma prova de que os rivais de Strauss-Kahn estão determinados a derrubá-lo.

"O destino de Strauss-Kahn foi retirado dele. Todos os amigos agora se perguntam como é possível que um homem que é diretor do FMI e candidato a presidente se veja na prisão poucos dias antes de apresentar sua candidatura", disse o deputado socialista Jean-Christophe Cambadelis, aliado incondicional de Strauss-Kahn, à TV LCI. "Isso é claramente uma conspiração contra o Partido Socialista."

Questionado sobre a acusação de Banon, que ela citou pela primeira vez num programa de TV em 2007 - quando o nome de Strauss-Kahn foi encoberto por um sinal sonoro -, Cambadelis disse: "Isso é uma manipulação por uma jovem que deseja extorquir dinheiro de Dominique por meio de uma queixa de estupro."

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David Koubbi, advogado de Banon, defendeu sua cliente e buscou justificar o momento da abertura do processo. Banon disse ao canal francês de TV M6 que os rumores de um complô dela contra Strauss-Kahn são "absurdos".