A promotoria de Paris abriu nesta segunda-feira uma investigação por possível apologia ao terrorismo sobre o polêmico humorista francês Dieudonné por supostamente demonstrar solidariedade a um dos autores dos atentados jihadistas na França.

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Muitas vezes criticado por suas declarações e brincadeiras antissemitas, Dieudonné publicou em sua página no Facebook que se sentia "Charlie Coulibaly".

Os nomes fazem referência a "Charlie Hebdo", a revista satírica atacada no dia 7 de janeiro por supostos radicais islâmicos, e a Amedy Coulibaly, autor do sequestro em um mercado judeu que causou quatro mortos e o assassinato de uma policial.

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Coulibaly foi morto na sexta-feira pelas forças especiais francesas no ataque ao mercado de Paris.

Em sua página no Facebook, Dieudonné falou na noite de domingo sobre a importância "histórica" da manifestação realizada em Paris, à qual ele mesmo compareceu, e depois disse que se sentia "Charlie Coulibaly" em mensagem que depois apagou.

O ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, classificou a mensagem como "indigna" e disse que as autoridades se reservam o direito de atuar contra o humorista.

Dieudonné M'bala M'bala já foi alvo de várias investigações na França por incitação ao ódio racial e injúria pública, especialmente contra os judeus.

Entre outras, foi investigado por suposta apologia ao terrorismo por causa de um vídeo em que comparava a decapitação do jornalista americano James Foley, causada pelo grupo radical Estado Islâmico (EI), com as mortes de Muammar Kadafi e Saddam Hussein.

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"A decapitação simboliza o progresso, o acesso à civilização", disse Dieudonné no vídeo, que popularizou o polêmico gesto da "quenelle", considerado antissemita.

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