Palestinos da Faixa de Gaza que perderam casas em bombardeios buscam ajuda em unidades da ONU| Foto: REUTERS/Ahmed Zako

Número de mortos chega a 165

O Ministério da Saúde em Gaza elevou neste domingo para 165 o número de vítimas mortas na Faixa de Gaza como consequência da operação militar israelense "Limite Protetor".

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Milhares de palestinos que moram do norte da Faixa de Gaza fugiram de suas casas neste domingo, depois dos bombardeios ocorridos durante a madrugada e das ameaças israelenses de reforçar a ofensiva contra o movimento islamita Hamas, apesar do apelo de cessar-fogo feito pela ONU no sábado.

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Aviões lançaram sobre áreas residenciais panfletos que pediam aos habitantes que deixassem as casas antes do meio-dia (6h de Brasília), horário para o qual estava previsto um novo bombardeio no sexto dia da campanha "Barreira protetora", que já deixou 166 mortos e mais de mil feridos, em sua maioria civis, segundo um balanço da ONU. Os panfletos pedem aos civis que se refugiem no sul do território, segundo um comunicado do exército.

"Os panfletos advertem aos moradores de Beit Lahiya que se afastem dos ativistas do Hamas e dos locais onde o grupo atua", afirma a nota.

Segundo a rádio militar, a aviação "vai passar a uma nova etapa com ataques sem precedentes" contra as plataformas de lançamento de foguetes de longo alcance. O general Moti Almoz, porta-voz das Forças Armadas israelenses, afirmou que os panfletos não eram uma campanha psicológica, mas um aviso, e deveriam ser levados a sério.

Ainda não tinha sido feita uma intervenção do exército nesse sentido à população de Gaza desde o Começo das hostilidades na terça-feira.

"O exército israelense tem a intenção de atacar as infraestruturas terroristas. A operação será limitada. Os que não respeitarem as instruções colocarão sua vida e a de suas famílias em perigo", advertiu o exército.

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A população abandonou a região em massa, usando carros, burros, carretas puxadas por cavalos ou até mesmo a pé. Apesar de muito moradores não terem sequer vistos os panfletos, decidiram abandonar a área depois de uma madrugada intensa de bombardeios.

Quase 4 mil pessoas abrigaram-se em escolas administradas pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA). E os palestinos com passaportes de outros países foram autorizados pelas autoridades israelenses a deixarem a Faixa de Gaza, um território pobre de apenas 360 quilômetros quadrados e com 1,2 milhão de habitantes.

Apesar dos apelos internacionais por um cessar-fogo, o primeiro-ministro israelense não parece disposto a acabar com a ofensiva. Na reunião semanal do conselho de ministros de Israel, Netanyahu afirmou que "está atacando o Hamas com cada vez mais intensidade".

"Temos que compreender como nosso inimigo funciona. Quem esconde armas debaixo dos hospitais? O Hamas. Quem instala postos de comando em edifícios perto de creches? O Hamas", disse o chefe de governo, segundo a rádio militar. "O Hamas utiliza a população como escudo humano e atrai a desgraça aos habitantes de Gaza".

Desde terça-feira, o Hamas lançou mais de 800 foguetes contra o território israelense, que deixaram 10 feridos, mas não provocaram vítimas fatais. Neste domingo, a defesa antiaérea israelense destruiu dois foguetes disparados de Gaza antes da queda em Tel Aviv, segundo o exército.

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Primeira incursão terrestre

O exército israelense convocou 40 mil reservistas e deslocou tanques e peças de artilharia junto à fronteira com a Faixa de Gaza. Há vários dias, Israel ameaça com a possibilidade de uma operação terrestre na região, bombardeada em ataques aéreos e pelo mar.

Neste domingo, um comando da Marinha israelense desembarcou durante a madrugada em uma praia de Gaza para atacar uma plataforma de lançamento de foguetes. O braço militar do Hamas, as Brigadas Ezedin al-Qasam, confirmaram "tiroteios intensos com soldados da Marinha sionista" que tentavam penetrar na zona noroeste do território.

A espiral de violência teve início após o sequestro e assassinato, em junho, de três estudantes israelenses na Cisjordânia, que Israel atribuiu ao Hamas. Pouco depois, um jovem palestino foi queimado vivo em Jerusalém por extremistas judeus.

Em novembro de 2012, Israel executou uma ofensiva para tentar acabar com os lançamentos de foguetes a partir de Gaza. Em uma semana, a operação deixou 177 palestinos e seis israelenses mortos.

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Tentativa diplomática

Na frente diplomática, os ministros britânico, americano, francês e alemão das Relações Exteriores pretendem abordar a crise em Gaza durante uma reunião em Viena sobre o programa nuclear iraniano. Os países europeus tentarão obter um cessar-fogo entre Israel e Hamas com a viagem à região dos ministros das Relações Exteriores da Itália, país que assume a presidência semestral da União Europeia, e Alemanha. O Conselho de Segurança da ONU pediu novamente, no sábado, a Israel e ao Hamas o fim das hostilidades e o respeito ao direito internacional, em particular a proteção dos civis. Uma reunião da Liga Árabe sobre a questão está prevista para segunda-feira.