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As maiores potências mundiais preparavam-se para entregar ao Irã, nesta sexta-feira, um pacote combinado de incentivos e ameaças em meio a esforços para convencer o país a abrir mão de seu programa nuclear.

A secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, disse que o Irã tinha um prazo de semanas, não de meses, para responder à proposta.

- Eles precisam fazer uma escolha - afirmou em entrevista concedida à CNN. - A comunidade internacional precisa saber se as negociações são uma opção real.

Um diplomata da União Européia (UE) disse que o chefe da área de política externa do bloco, Javier Solana, estava pronto para entregar a proposta ao Irã e que só esperava o resultado de contatos com o governo iraniano.

- Temos de esperar um pouco. Há um tipo de tráfego diplomático sendo realizado com os iranianos para decidir quando vamos prosseguir e anunciar que Solana partirá - afirmou o diplomata.

Até agora não houve uma reação oficial de Teerã ao pacote.

John Negroponte, diretor de Inteligência Nacional dos EUA, disse que o Irã poderia ter uma arma nuclear por volta de 2010.

- A estimativa que fizemos é de que, em algum ponto entre o começo da próxima década e a metade da próxima década, eles podem estar em condições de ter uma arma nuclear, fato esse que nos preocupa bastante - afirmou à rádio BBC.

Autoridades envolvidas na finalização do pacote em um encontro dos membros permanentes do Conselho de Segurança mais a Alemanha e a UE, em Viena, na quinta-feira, disseram que a medida incluía uma oferta de tirar o assunto das mãos do Conselho de Segurança.

- Acertamos um conjunto de propostas amplas que servirão de base para discussões com o Irã. Acreditamos que elas oferecem ao Irã a chance de chegar a um acordo negociado tendo por fundamento a cooperação - afirmou a ministra das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Margaret Beckett, em um comunicado.

Tentando tanto convencer quanto pressionar o Irã, autoridades norte-americanas disseram que as potências haviam acertado a adoção de "medidas dotadas de dentes", caso o país rejeite a oferta. Não foram especificadas quais medidas seriam essas.

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, insistiu que a ação militar era uma carta fora do baralho.

- Posso dizer com segurança que todos os acordos firmados nos encontros de ontem descartam, em quaisquer circunstâncias, o uso da força - disse o chanceler.

Já autoridades americanas recusaram-se a descartar a possibilidade de uma ação militar.

A Rússia e a China opõem-se à adoção de sanções duras contra o Irã, argumentando que o país não representa uma ameaça iminente.

Autoridades iranianas já afirmaram que o país nunca desistirá de seu direito de enriquecer urânio e compararam a proposta a algo parecido com trocar "doces por ouro".

O Irã, quarto maior produtor de petróleo do mundo, nega que esteja tentando desenvolver armas nucleares e diz que pretende dominar a tecnologia atômica com o fim exclusivo de gerar eletricidade.

Na quinta-feira, o país também afirmou que, apesar de estar aberto a realizar negociações diretas com os EUA, seu rival de longa data, não aceitaria as precondições impostas pelos americanos, que exigem dos iranianos a suspensão imediata do programa de enriquecimento de urânio.

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