O primeiro-ministro da França, Manuel Valls, alertou nesta quinta-feira (19) que o país está sob o risco de ataques com armas químicas e biológicas, quase uma semana após extremistas armados com fuzis e explosivos matarem 129 pessoas em Paris.
“Nós não podemos descartar nada. Eu digo isso com todo o cuidado necessário. Mas nós sabemos e temos em mente que existe um risco de armas químicas ou bacteriológicas”, disse Valls, pedindo que o Parlamento aprove a extensão do estado de emergência que está em vigor desde os ataques na capital.
“A imaginação macabra dos mentores [do ataque] é ilimitada”, ele acrescentou.
“O terrorismo atingiu a França não por causa do que ela faz na Síria e no Iraque (...) mas pelo que ela é”, afirmou o premiê.
Na quarta-feira (18), o governo apresentou formalmente ao Parlamento a proposta de estender o estado de emergência, originalmente de 12 dias, para 3 meses. Caso a medida seja aprovada, autoridades terão permissão para proibir “qualquer associação ou encontro”, incluindo mesquitas e grupos comunitários.
Ao defender a proposta, Valls disse que “a segurança é a primeira das liberdades”, e anunciou a criação de uma estrutura para conter jovens radicalizados.
A extensão do estado de emergência deve ser debatida e votada pelos deputados nesta quinta, e pelos senadores na sexta (20).
Polícia belga caça suspeitos ligados a homem-bomba de estádio
A polícia belga realizou nesta quinta-feira (19) em Bruxelas várias operações relacionadas aos ataques em Paris, de acordo com fonte do governo.
Leia a matéria completaAntiterrorismo
A polícia francesa anunciou nesta quarta ter evitado um novo ataque terrorista, após fazer uma megaoperação de segurança ao norte de Paris contra uma célula radical.
Segundo a Promotoria de Paris, é possível que suspeitos de envolvimento com os ataques de sexta-feira passada (13), incluindo seu mentor, o belga Abdelhamid Abaaoud, estejam entre os dois mortos na operação. As autoridades aguardam a análise dos corpos para identificar os mortos.
A Bélgica, país europeu que produz o maior número de radicais islamitas em proporção à sua população, deve investir 400 milhões de euros adicionais (R$ 1,6 bilhão) para combater o extremismo, anunciou nesta quinta-feira o primeiro-ministro Charles Michel.
A polícia belga lançou nesta quinta-feira seis operações em Bruxelas, inclusive no subúrbio muçulmano de Molenbeek, alvo de operações anteriores.
Segundo apurou a Associated Press, as autoridades belgas procuram pessoas relacionadas a Bilal Hadfi, um dos homens-bomba que se detonaram próximo ao Stade de France, em Paris, na semana passada.