O bloqueio ao acesso à sede do governo e ruas próximas, em Kiev, por cerca de mil manifestantes fez com que o premier ucraniano, Nikolai Azárov, afirmasse nesta segunda-feira (2) que as manifestações estão "fora de controle e se parecem a um golpe de Estado". Azarov também acusou a oposição de usar métodos ilegais.
No final de semana, as manifestações na Ucrânia reuniram mais de 300 mil pessoas nas ruas. O governo é contestado por não ter assinado um importante acordo de associação comercial com a União Europeia, recuando na última hora por pressão da Rússia.
"Os políticos que se somaram a essas ações radicalizaram a situação, que se tornou incontrolável", disse, em encontro com embaixadores europeus em Kiev. "Usam métodos ilegais. O governo tem informações de que estão preparando um assalto ao edifício do Parlamento."
Mais cedo, o presidente russo, Vladimir Putin, saiu em defesa do governo ucraniano e acusou a oposição de tentar sacudir as bases de uma democracia legítima.
"Esses protestos me lembram mais um pogrom que uma revolução", afirmou Putin, durante uma visita à Armênia.
Para o premier ucraniano, as ações tornaram-se descontroladas ou "ou pior, dirigidas por determinadas forças políticas".
"Agora a situação mudou. Não tiramos a responsabilidade das forças de segurança, mas, por outro lado, os políticos que se uniram às ações radicalizaram a situação. Isso tem sinais de um golpe de Estado."
Líderes da oposição convocaram uma greve nacional e exigem a renúncia do presidente. Além da sede do governo e do Banco Central, muitos prédios públicos estão ocupados, com funcionários impedidos de chegar ao local de trabalho. Moradores distribuem comida para os manifestantes acampados.