O presidente da Assembleia estadual de Nova York, o veterano político democrata Sheldon Silver, foi detido nesta quarta-feira (22) pelas autoridades federais acusado de corrupção.
Silver, que está há mais de duas décadas à frente do Legislativo, se entregou às autoridades no começo da manhã em Nova York, confirmou à Agência Efe um porta-voz do FBI.
"Espero ser libertado", disse a sua entrada nos tribunal federal de Manhattan o dirigente democrata, um dos políticos mais poderosos de Albany, a capital estadual de Nova York e sede da assembleia legislativa.
O caso, liderado pelo escritório do promotor federal do Distrito Sul de Nova York, Preet Bharara, é baseado em pagamentos que o deputado teria recebido de um escritório de advocacia que procura isenções fiscais sobre bens imóveis, detalhou o "The New York Times".
A investigação contra Silver, de 70 anos, começou depois de o governador do estado, Andrew Cuomo, anunciar em março, de forma surpreendente, o fechamento de uma comissão anticorrupção que tinha sido criado em 2013.
"Existe uma causa provável para acreditar que Silver recebeu cerca de US$ 4 milhões em pagamentos caracterizados como honorários advocatícios unicamente através do uso corrupto de sua posição oficial", segundo a promotoria.
A maior parte desse valor teria sido recebida por ele como comissões ilegais por encaminhar clientes ao escritório de advocacia Goldberg & Iryami.
"Participou e segue participando de um esquema de fraude em prejuízo dos cidadãos de Nova York e que extorque indivíduos e entidades sob a aparência de legalidade", acusaram os documentos judiciais.
Silver, que ganha US$ 121 mil ao ano para estar à frente da Assembleia legislativa, teve US$ 3,8 milhões confiscados.
Assim que surgiu a notícia de sua detenção começaram a chegar os primeiros pedidos de renúncia. "Silver deveria renunciar pelo bem do povo de Nova York", disse o senador democrata Brad Hoylman em sua conta no Twitter.
Eleito pela primeira vez para ocupar um assento na Assembleia estadual em 1976, Silver chegou à presidência em 1994 após a morte de Saul Weprin, e desde então foi o líder durante o mandato de cinco governadores diferentes.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura