O presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, afirmou nesta quarta-feira que as eleições antecipadas recentemente convocadas por ele são o único meio de sair do impasse político provocado pela tentativa do primeiro-ministro, Viktor Yanukovich, e sua coalizão de "monopolizar o poder por todos os meios".
"Espero que o senhor Yanukovich entenda que as próximas eleições são o único meio razoável de resolver a crise. Democratas verdadeiros nunca deveriam temer o veredicto popular", disse Yushchenko em artigo publicado nesta quarta no jornal francês "Le Figaro".
Yushchenko, pró-Ocidente, decidiu dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas na última segunda-feira. A medida foi rejeitada pelo primeiro-ministro, que defende mais proximidade com a Rússia, e sua maioria parlamentar.
Esta é a mais grave crise desde a Revolução Laranja de 2004, que levou Yushchenko ao poder.
"A jovem democracia ucraniana enfrenta hoje um novo e perigoso desafio, que requer uma resposta firme e imediata: a coalizão no poder excedeu as responsabilidades de seu mandato, tentou monopolizar o poder político, sem temer violar a Constituição e ignorar deliberadamente os desejos democraticamente expressados pelo povo ucraniano", diz Yushchenko.
Em vez de respeitar o acordo de repartição de poder, Yanukovich e seus aliados se empenharam em conquistar "todas as parcelas de poder por todos os meios" e "pisotearam a Constituição em sua corrida pelo monopólio do poder", denuncia o presidente.
Ele afirma que estas ações são "indignas de democratas responsáveis. Refletem atitudes e comportamentos que o povo ucraniano pensava que pertenciam a um passado superado" e que devem ser combatidas com firmeza, pois é "capital" para o país.
"Se a Ucrânia deve ser reconhecida como parte integrante da comunidade democrática européia, é imperativo que esta crise se resolva segundo nossos princípios constitucionais", ressalta Yushchenko, que defende a medida extrema de dissolver o Parlamento em nome do interesse nacional do país.
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