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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, culpou os líderes da Ucrânia pela escalada da violência no Leste Europeu, dando sinais de que uma reunião entre as autoridades dos países nesta segunda-feira (1º) terá um tom bastante duro. Do outro lado do conflito, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, acusou a Rússia de assumir uma "agressão sem disfarces", que "fundamentalmente mudou a situação na zona de ação militar."

O representante rebelde nas negociações com a Rússia e com Kiev disse que continuará a pedir que o governo ucraniano reconheça a sua independência, segundo a agência de notícias Interfax. Essa demanda e o pedido para um cessar-fogo - que, provavelmente, deixaria os separatistas no controle de algumas reuniões - podem ser condições difíceis de aceitar para a Ucrânia. Mas a capacidade de Kiev de manter a sua posição dura observada anteriormente parece substancialmente enfraquecida após recentes derrotas nos confrontos.

Diante das visões divergentes sobre os potenciais termos de um cessar-fogo, o encontro desta segunda-feira em Minsk, na Bielo-Rússia, poderá se concentrar em questões mais técnicas, como a troca de prisioneiros e entregas de ajuda humanitária, disseram autoridades. A Interfax citou o líder rebelde Andrei Purgin ao dizer que "não esperamos um avanço substancial hoje."

Na segunda-feira, Putin defendeu os esforços de guerra dos separatistas, que ele descreveu como uma tentativa de proteger os civis de ataques das forças de Kiev. A Ucrânia nega que tenha civis como alvo.

Falando a repórteres em uma visita a Yakutsk, na Sibéria, Putin disse que a principal razão para o conflito é que "as autoridades atuais em Kiev não querem fazer um diálogo político substancial com o leste de seu país". Em comentários exibidos pela televisão estatal, o presidente afirmou: "Em minha opinião, um processo muito importante está começando agora, o processo de negociações diretas. Nós temos trabalhado por um longo tempo sobre isso."

Sanções

Em uma cúpula no sábado, os líderes europeus ameaçaram aplicar novas sanções econômicas contra Moscou se o país não se esforçar mais para reduzir as tensões. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, destacou na segunda-feira a necessidade de preparar mais medidas punitivas visto que o risco decorrente do comportamento "inaceitável" da Rússia na Ucrânia supera os riscos econômicos para as empresas alemãs.

"Eu indiquei o que [sanções] podem significar para as empresas alemãs. Mas também tenho de dizer o que isso poderia significar se você tiver permissão para mudar as fronteiras da Europa e atacar outros países com suas tropas, sem enfrentar quaisquer consequências", disse ela . "Na minha opinião, este é um risco muito maior do que aceitar certas desvantagens para as empresas durante um período limitado de tempo."

Putin pareceu minimizar a ameaça de sanções. "Espero que o bom senso prevaleça e vamos trabalhar de uma forma normal e moderna. E nem nós, nem os nossos parceiros vão sofrer perdas destes atritos mútuos", disse ele em uma reunião do governo em Yakutsk, segundo a Interfax. Fonte: Dow Jones Newswires.

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