Policiais federais da Interpol no Rio prenderam na manhã desta quarta-feira (17) o ex-major do exército argentino Norberto Raul Tozzo, de 63 anos. O militar é acusado de, no dia 13 de dezembro de 1976, comandar um grupo de militares que seqüestrou e matou 22 pessoas ligadas à oposição ao governo militar na Argentina. O episódio ficou conhecido como o Massacre de Margarita Belém, em alusão à cidade onde ocorreu o fuzilamento dos prisioneiros políticos. Dos 22 mortos, apenas os corpos de sete foram entregues às famílias. Os outros jamais apareceram.

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Em outubro de 2004, o governo argentino pediu a prisão de dez militares acusados da matança. Todos foram presos, menos Tozzo, que conseguiu fugir para o Brasil. O argentino passou a viver de maneira clandestina no país, sem qualquer documentação ou identificação, até que foi descoberto pela Interpol no Rio de Janeiro. Ao ser preso, o argentino, que estava registrado com nome falso em um hotel da Zona Sul, demonstrou serenidade e não reagiu. Tozzo vai ser conduzido ao Presídio Ary Franco, onde ficará à disposição do Supremo Tribunal Federal, aguardando os trâmites de extradição.

Na época em que ocorreram os seqüestros, a Argentina era governada pelo general Jorge Videla, que comandou o golpe militar que tirou do poder María Estela Martínez de Perón e foi responsável pelos anos mais tenebrosos da ditadura, marcados por desaparecimentos, assassinatos e tortura de adversários políticos.

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