A polícia britânica indiciou na sexta-feira o primeiro suspeito de ligação com os frustrados atentados com carros-bomba em Londres e Glasgow.
Bilal Abdullah deve comparecer no sábado a um tribunal de Londres, onde será acusado de conspiração para provocar explosões. Outros suspeitos permanecem presos à espera de uma decisão das autoridades, segundo nota do Serviço de Promotoria da Coroa.
O primeiro-ministro Gordon Brown disse na sexta-feira que as investigações, que se estendem também à Austrália, estão "indo a fundo" numa célula responsável pelos frustrados atentados em Londres e na Escócia.
Brown disse ter conversado com o primeiro-ministro australiano, John Howard, sobre a investigação da trama, atribuída à Al Qaeda. Oito profissionais de saúde oriundos do Oriente Médio e da Índia já foram presos.
A polícia australiana, que detém desde segunda-feira um médico indiano, está investigando pelo menos cinco outros e já fez batidas em dois hospitais.
"Esta é uma investigação internacional agora", disse Brown sobre a caça aos responsáveis pelos dois carros-bombas desativados em Londres e pelo incidente em que dois homens atiraram um jipe cheio de combustível contra o aeroporto de Glasgow, provocando apenas pequenos danos.
"Acredito que, pelo que sei, estamos indo a fundo nesta célula que foi responsável pelo que está acontecendo", disse ele à BBC.
Paralelamente, um tribunal de Manchester condenou a nove anos de prisão um homem apontado pela polícia como um terrorista "dormente". As autoridades dizem que havia grande quantidade de material informático relativo à Al Qaeda com ele.
Nesta semana, três outros homens haviam sido condenados por incitação ao terrorismo pela Internet. Em breve devem sair os veredictos de outros processos -- parte de uma série de casos que ilustra a atração que a Grã-Bretanha exerce como alvo para ataques de militantes islâmicos.
Brown menciona ligações do novo ataque com a Al Qaeda, e os serviços britânicos de inteligência trabalham com agências de todo o mundo para tentar estabelecer até onde vai o envolvimento da rede de Osama bin Laden ou de sua "filial" iraquiana.
Bin Laden é visto como uma possível ameaça em solo britânico, e não só no Iraque, onde a Grã-Bretanha colabora com os EUA na ocupação iniciada em 2003 para depor o regime de Saddam Hussein.
Embora os três ataques tenham sido frustrados, eles representaram um teste de nervos para o novo governo de Brown, que substituiu Tony Blair em 27 de junho. Durante quatro dias, até quarta-feira, a Grã-Bretanha esteve no topo da escala de alerta contra terrorismo.
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