Prisão do governador Fernández, nesta terça, gerou polêmicas: senador oposicionista pede libertação imediata para "pacificação nacional"| Foto: Red 1/Handout / Reuters

O diálogo entre o governo Evo Morales e a oposição foi suspenso nesta terça-feira (16)na Bolívia. O motivo da interrupção, segundo os oposicionistas, é a prisão do governador de Pando, Leopoldo Fernández.

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Ao saber da prisão, o principal representante oposicionista no diálogo, Mario Cossío, governador de Tarija, abandonou uma reunião com membros do governo no palácio presidencial em La Paz sem falar com a imprensa. Mais tarde, no aeroporto de Santa Cruz, ele declarou que o diálogo com Morales "não morreu, mas está em agonia".

O senador oposicionista Roberto Ruiz, que participou da reunião, disse que a "libertação imediata" de Fernández significaria a assinatura do acordo de pacificação nacional.

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A crise política provocou 30 mortes e deixou centenas de feridos no país na última semana.

O acordo tentado nesta terça-feira (16) busca estabelecer as bases para uma futura negociação entre o governo do presidente e os governadores das províncias autonomistas.

Nas províncias, a situação ficou mais calma nesta terça-feira em relação aos dias anteriores, Em Santa Cruz, ainda há relatos de bloqueios de estradas feitos por agricultores que apóiam Morales. Eles exigiriam a renúncia de Rubin Costas, governador local. Prédios do governo federal também seguem invadidos.

Presidentes apóiam Os presidentes sul-americanos reunidos na segunda na capital chilena em uma cúpula da Unasul deram uma forte e unânime declaração de apoio ao governo do presidente Evo Morales e rechaçaram qualquer tentativa de golpe da oposição.

Ao ler uma declaração de nove pontos, em que se recordou do golpe militar de 11 de setembro de 1973 no Chile, a presidente Michelle Bachelet disse que para os mandatários sul-americanos não há justificativas para os atropelos aos direitos humanos.

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Nove presidentes sul-americanos estiveram por mais de cinco horas em uma reunião de emergência no palácio presidencial de La Moneda, atendendo a um chamado urgente da mandatária chilena aos líderes da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), da qual Bachelet é a atual presidente, para discutir o conflito entre o governo socialista e a oposição de direita, que pleiteia autonomia para algumas regiões.

Os países da Unasul "advertem que seus respectivos governos rechaçam energicamente e não reconhecerão qualquer situação que implique uma tentativa de golpe civil, de ruptura da ordem institucional ou que comprometa a integridade territorial da República da Bolívia", disse Bachelet.

A declaração, ao término da reunião de emergência, condenou os ataques a instalações do governo na Bolívia e um massacre no departamento de Panda, em que morreram partidários de Morales.

Bachelet disse que a Unasul chamou ao diálogo para estabelecer condições que permitam superar a crise e buscar uma situação confortável na Bolívia.

"Os presidentes da Unasul concordam em criar uma comissão aberta a todos os seus membros, coordenada com a presidência pró-tempore, para acompanhar os trabalhos dessa mesa de diálogo conduzida pelo legítimo governo da Bolívia", afirmou Bachelet.

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"Ratificamos plenamente nosso apoio ao governo democrático do presidente Evo Morales. Ao mesmo tempo, colocamos como condição para iniciar um diálogo que os grupos que ocuparam ilegalmente edifícios públicos e realizaram ações como bloqueios e outros deixem e entreguem os edifícios como condição para o diálogo", disse a presidente da ArgentinaCristina Kirchner a jornalistas.

Os presidentes de Brasil, Argentina, Venezuela, Colômbia, Equador, Uruguai e Paraguai, além do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, participaram do encontro com Bachelet e Morales no Palácio de la Moneda, em Santiago.

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