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Afeganistão

Protestos contra charges de Maomé matam quatro pessoas

Atualizado em 06/02/2006 às 19h02

Protestos se espalharam em várias partes do Afeganistão nesta segunda-feira contra as charges que retratam o profeta Maomé e que foram primeiramente publicadas em um jornal da Dinamarca. Quatro pessoas morreram e duas outras ficaram feridas quando tiros foram disparados em uma cidade do Leste do país e contra a principal base militar americana em Cabul, informou a polícia.

Milhares de pessoas tomaram as ruas em Mehtarlam, capital da província de Laghman. A polícia disparou tiros para o alto depois de manifestantes terem lançado pedras em uma delegacia, informou um funcionário da força de segurança, Yar Mohammad. Duas pessoas morreram.

Ele disse que extremistas ligados ao Talibã e à rede Al-Qaeda se aproveitaram da situação tensa e também abriram fogo.

Em Bagram, nos arredores de Cabul, uma multidão se concentrou na entrada da base aérea administrada pelas forças americanas. Tiros foram disparados na direção de manifestantes que estariam forçando entrada na instalação, matando dois deles.

A onda de protestos não se limitou ao Afeganistão nesta segunda-feira. Uma pessoa morreu e outras cinco ficaram feridas quando a polícia reprimiu nesta segunda-feira centenas de manifestantes que protestavam em Puntlândia, região autônoma no Norte da Somália, contra a publicação das charges.

Fontes governamentais admitiram que as forças de segurança dispararam contra a multidão que lançava pedras contra a sede de agências humanitárias estrangeiras e das Nações Unidas em Bossaso, principal cidade da região.

Esta é a segunda manifestação do tipo na Somália, onde na última sexta-feira milhares de pessoas saíram ás ruas de Mogadíscio e queimaram bandeiras de Dinamarca e Noruega, países cujos jornais publicaram os cartoons polêmicos.

Em Teerã, um grupo de cerca de 200 pessoas atacou a embaixada da Áustria com pedras e bombas incendiárias.

Os manifestantes destruíram as janelas da missão diplomática na capital iraniana, mas o prédio que abriga a embaixada não se incendiou. Dezenas de policiais da tropa de choque cercaram o edifício para evitar que ele fosse invadido.

Houve tumultos também na Turquia, Índia, Indonésia e Tailândia.

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