Argentina e Brasil correm o risco de sofrer com cortes de gás da Bolívia por causa de protestos naquele país. Os prefeitos (governadores) e líderes cívicos de cinco regiões de oposição ao governo do presidente Evo Morales decidiram nesta quarta-feira (3) aprofundar seus protestos iniciados há 10 dias, no Chaco, e que poderão provocar a suspensão das exportações bolivianas de gás natural aos dois países importadores.
Os prefeitos (governadores) dos departamentos (estados) de Santa Cruz, Beni, Pando, Tarija e Chuquisaca, reunidos na terça-feira e nesta quarta-feira, emitiram um comunicado, no qual insistem em protestar contra a nova Constituição que cede maiores direitos à população indígena e reivindicam autonomias regionais e recursos econômicos. "Se o governo persistir em seu curso, não nos responsabilizaremos pelo resultado de qualquer ato que possa bloquear as exportações do combustível", ameaça a nota.
Os opositores também informam que "decidiram massificar o bloqueio de estradas nos cinco departamentos, em adesão às medidas de Chaco, na fronteira da Argentina e Paraguai", onde as estradas estão bloqueadas desde a semana passada pelos mesmos motivos. O protesto que suspendeu todo o tráfego terrestre aos dois países reivindica a devolução de US$ 166 milhões de um imposto cobrado ao setor petrolífero aos nove departamentos bolivianos. Os manifestantes reivindicam ainda que Brasil e Argentina paguem pelo gás natural boliviano entre US$ 7 a US$ 9 o milhão de Btu (unidade térmica Britânica). Atualmente, o preço pago está entre US$ 4,5 a US$ 5,5 o milhão de Btu.
Sobre a Constituição, os políticos de oposição se mostram determinados a "rejeitar e impedir o propósito de impor um texto de reforma constitucional que carece de legalidade e legitimidade". Nesse sentido, afirmam que não vão permitir "nenhum referendo" para aprovar a nova Constituição nos cinco departamentos liderados pela oposição da direita conservadora, como pretende Morales. As informações são das agências internacionais.
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