Manifestantes saíram às ruas de várias cidades do mundo árabe para medir mudanças políticas, nesta sexta-feira, o dia muçulmano de oração e descanso, que se tornou semanalmente um ponto-chave na onda de protestos que tomou conta da região este ano.
As forças de segurança sírias mataram pelo menos três manifestantes em um bairro de Damasco nesta sexta-feira, disseram testemunhas.
Em Omã, centenas de manifestantes que pediam emprego e melhores salários entraram em confronto com forças de segurança na cidade industrial de Sohar e um homem morreu após ter sido atingido por uma bala de borracha, segundo uma fonte do governo.
Em outras partes da região as manifestações foram amplamente pacíficas.
No Iêmen, o presidente Ali Abdullah Saleh disse em uma concentração popular que ele sacrificaria tudo por seu país, sugerindo não ter planos de renunciar por causa das semanas de protestos, algumas vezes violentos, os quais deixaram seu governo à beira do colapso.
"Juro para vocês que vou sacrificar sangue, alma e tudo que for precioso para o bem deste grande povo", disse ele.
O Bahrein libertou um conhecido blogueiro, mas prendeu vários outros, incluindo um médico pró-oposição.
Na Arábia Saudita, centenas de xiitas realizaram protestos pacíficos no leste do reino, região produtora de petróleo, nos quais pediram liberdade política no país e manifestaram apoio aos xiitas do Bahrein, disseram ativistas.
Em Damasco, testemunhas no subúrbio de Douma disseram que foram mortas três pessoas que participaram de um protesto envolvendo pelo menos 2 mil pessoas. A multidão gritava "Liberdade. Liberdade. Um, Um, Um. O povo sírio é um", quando a polícia abriu fogo para dispersar os manifestantes.
Ativistas disseram que depois das orações de sexta-feira houve protestos nas ruas de Damasco, Banias (na costa), no porto de Latakia e na cidade sulista de Derra, onde manifestações sem precedentes iniciadas na semana passada desafiam o presidente sírio, Bashar al-Assad, no poder há 11 anos.
Na quarta-feira, em sua primeira aparição pública desde o início das manifestações, Assad não apresentou nenhuma reforma, nem falou em levantar o estado de emergência em vigor há 48 anos. Essa lei tem sido usada para sufocar a oposição e justificar prisões arbitrárias.
"Milhares se reuniram hoje em Deraa, espontaneamente, depois das orações de sexta-feira em todas as mesquitas, para rejeitar o discurso do presidente", disse o ativista político Abu Hazem, em Deraa, em declarações à televisão Al Arabiya.
No Bahrein, o blogueiro Mahmood al-Yousif, que havia sido detido na quarta-feira, foi libertado nesta quinta-feira. Ele promove há anos o antisectarismo, com o slogan "Nem xiita, nem sunita, apenas barenita."
Fontes na oposição disseram que o médico Abdul Khaleq Al Oraibi, do hospital Salmaniya, o principal do país, foi preso.
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