Nova York - Para o escritor peruano Mario Vargas Llosa, a Academia Sueca premia, com o Nobel, não só "um escritor, mas o que rodeia o escritor. No caso, a língua, a maravilhosa língua espanhola". "Uma língua que une pessoas de países, crenças e costumes diferentes. Uma das línguas mais enérgicas e criativas do mundo."

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Em entrevista coletiva no início da tarde de ontem, em Nova York, Vargas Llosa disse que a crescente importância da literatura latino-americana "deve ter interferido" na decisão da academia. "É interessante como a literatura latino-americana, quando comecei, era praticamente ignorada pelo resto do mundo. [Hoje,] Abriram-se portas, ela está sendo reconhecida aos poucos."

Vargas Llosa disse que, quando esteve pela primeira vez na Europa e nos EUA, "a imagem da América Latina era muito estereotipada. E hoje sabemos que a América Latina pode produzir também pensadores, artistas e Nobels".

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Ele afirmou ainda estar "surpreso" com a ligação que recebeu pouco depois das 5h30 da manhã, no horário local. "Há muitos anos tinha certeza de que não era candidato. A surpresa foi total, tanto que achei que poderia ser um trote."

Ele contou que estava lendo um livro quando a sua mulher se aproximou com o telefone. "A primeira reação foi angústia", disse, por causa do horário do telefonema, que poderia indicar má notícia. E então ele foi informado que "dentro de 14 minutos será anunciado" o Prêmio Nobel. "A partir daquele momento começou essa loucura, não tive tempo de pensar o que significa esse prêmio."