Os corpos de 45 pessoas foram encontrados num hospital inundado de Nova Orleans, aumentando significativamente a contagem de mortos pela passagem do furacão Katrina e suscitando novas questões sobre o colapso do sistema de desocupação da cidade enquanto o desastre ocorria.
O número oficial de mortos na Louisiana e no Mississippi em decorrência do furacão passou de 500 na segunda-feira. Mas em nenhum momento nas operações de socorro, tantos cadáveres haviam sido encontrados num único local. Na semana passada, cerca de 30 corpos foram achados num asilo, num dos bairros mais pobres da cidade.
Autoridades do hospital, o Centro Médico Memorial, disse que pelo menos algumas das vítimas morreram enquanto esperavam para ser removidas por quatro dias depois que o furacão chegou, sem eletricidade e com temperaturas próximas de 40 graus.
Steven L. Campanini, porta-voz do dono do hospital, Tenet Healthcare, disse que entre os mortos havia pacientes que morreram à espera da retirada, bem como pessoas que morreram antes de o furacão chegar e cujos corpos estavam no necrotério do hospital.
Campanini disse que os mortos também podem ser pessoas transferidas na última hora de outros hospitais na vizinhança, que se reuniram no Memorial enquanto esperavam socorro.
Os desdobramentos da tempestade continuam em Washington, onde o diretor da Agência Federal de Manejo de Emergências, Michael D. Brown, um símbolo ambulante, para muitas pessoas, do fracasso do governo na crise, pediu demissão. Brown havia sido retirado do comando da operação direta de socorro em Nova Orleans na sexta-feira.
Enquanto isso, o presidente George W. Bush percorreu as ruas vazias da cidade num veículo militar aberto, ao lado do prefeito de Nova Orleans e da governadora da Louisiana, ambos críticos da atuação do governo federal.
Autoridades da Louisiana confirmaram 279 mortes até agora, incluindo as registradas no Centro Médico Memorial. No Mississippi, foram contados 218 mortos. No primeiro golpe do Katrina em território americano, na Flórida, sete pessoas morreram. Havia temores de que os mortos pudessem ser contados em milhares, mas a estimativa não parece mais propensa a se concretizar.
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