Quase 100 mil pessoas participaram neste domingo de um enorme protesto nas ruas de Kiev, capital da Ucrânia, desafiando novas regras aprovadas pelo governo do presidente Viktor Yanukovych, que visam impedir as demonstrações dos manifestantes. Muitos usavam panelas na cabeça e máscaras, em uma clara afronta à proibição de encobrir o rosto.
Na sexta-feira, Yanukovych promulgou uma nova legislação que proíbe virtualmente todas as formas de protesto, em um movimento classificado pela oposição de "golpe" e criticado por potências ocidentais como antidemocrático. As manifestações contra o presidente começaram no fim do ano passado, quando ele encerrou negociações para uma aproximação com a União Europeia e estreitou os laços com a Rússia.
O protesto deste domingo foi convocado por três partidos de oposição, que também pretendem organizar uma greve geral. Manifestantes montaram barricadas nas ruas com arame farpado e dizem que a hora de agir é agora ou nunca. "Hoje eu espero ações decisivas e drásticas da nossa oposição. Não podemos esperar mais, ou vencemos ou o país cairá em uma ditadura", comentou Sergiy Nelipovych, um carpinteiro da cidade de Lutsk.
As novas leis permitem a prisão por até cinco anos de quem bloquear prédios públicos e a detenção de quem usar máscaras ou capacetes. Outras regras proíbem a propagação de "difamações" pela internet e apertam o cerco contra organizações não governamentais que recebem apoio de entidades estrangeiras.
Em um sinal das crescentes tensões no país, o presidente Yanukovych demitiu nesta sexta-feira seu chefe de gabinete, Sergiy Lyovochkin, e não vai participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Fim do ano legislativo dispara corrida por votação de urgências na Câmara
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Frases da Semana: “Alexandre de Moraes é um grande parceiro”
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais