Acidentes envolvendo três helicópteros dos Estados Unidos no Afeganistão transformaram esta segunda-feira no dia mais mortífero para as tropas americanas no país centro-asiático em mais de quatro anos, com 14 americanos mortos.
No caso mais grave, um helicóptero caiu no oeste do país, após um intenso combate com supostos insurgentes do Taleban. Dez pessoas morreram - sete militares e três funcionários da agência americana antidroga, a DEA. Outros 11 soldados, um civil e 14 afegãos ficaram feridos.
O Afeganistão é o maior produtor do mundo de ópio, matéria-prima da heroína, e o tráfico de drogas é uma das principais fontes de financiamento dos grupos rebeldes.
Horas antes, dois helicópteros dos fuzileiros navais colidiram no ar na Província de Helmand, no sudoeste do país. O acidente matou quatro militares americanos e feriu outros dois.
Desde 28 de junho de 2005, os EUA não enfrentavam um dia tão mortífero no Afeganistão. Na ocasião, 19 militares foram mortos, a maioria deles com a queda de um helicóptero MH-47 Chinook, que foi derrubado pelos insurgentes.
Autoridades americanas negaram que houve fogo inimigo no choque de helicópteros desta segunda-feira, mas não esclareceram a causa da queda no oeste do país.
Um porta-voz do Taleban disse que o grupo derrubou um helicóptero no noroeste afegão. No entanto, não foi possível verificar se se tratava da mesma aeronave.
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) informou que o helicóptero estava voltando de uma operação conjunta contra insurgentes envolvidos "no tráfico de narcóticos no oeste" do Afeganistão. "Durante a operação, os rebeldes atacaram as forças conjuntas e mais de dez combatentes foram mortos durante o tiroteio."
O Exército americano também confirmou a morte de dois outros soldados no domingo. No total, 47 militares dos EUA já morreram no conflito em outubro. Este já é o mês mais mortífero para as forças de coalizão desde a invasão para derrubar o Taleban do poder, em 2001.
O pior mês para os americanos no país foi agosto, com 51 mortes, quando ocorreram as eleições no país. O pico de violência ocorre no momento em que o presidente americano, Barack Obama, está analisando a possibilidade de aumentar o número de tropas no conflito.
No cenário interno, o Afeganistão está se preparando para o segundo turno das eleições presidenciais, que ocorre no dia 7, entre o presidente Hamid Karzai e o ex-chanceler Abdullah Abdullah.
A segunda votação foi marcada após um comitê ligado à ONU concluir que houve fraudes no primeiro turno e determinar que Karzai não obteve o mínimo de 50% dos votos para vencer em primeiro turno.
Ainda nesta segunda-feira, Abdullah fez um apelo para que o diretor da comissão eleitoral do país, Azizullah Lodin, fosse substituído, alegando que ele não tem credibilidade para ocupar o cargo.
O ex-chanceler citou outras "condições mínimas" para que houvesse um segundo turno justo, incluindo a demissão de funcionários envolvidos com fraudes e a suspensão de diversos ministros que, segundo ele, fizeram campanha por Karzai antes do período permitido.
Ataques
As forças dos EUA informaram ainda sobre a morte de dois soldados na véspera, um em ataque com bomba no leste afegão e outro que morreu por ferimentos sofridos na mesma área. Pelo menos 46 soldados dos EUA morreram no país em outubro.
No início do mês, insurgentes mataram oito soldados norte-americanos em um atentado a dois postos isolados na aldeia de Kamdesch, perto do Paquistão. O ataque foi o que deixou mais baixas para os EUA desde julho de 2008, quando nove soldados morreram em um posto em Wanat.
O governo Barack Obama avalia se envia mais soldados para atuar no Afeganistão. Além disso, o país vive a expectativa à espera do segundo turno das eleições presidenciais, entre o atual presidente, Hamid Karzai, e o ex-ministro de Relações Exteriores Abdullah Abdullah. A nova votação ocorrerá em 7 de novembro. No primeiro turno, houve centenas de denúncias de fraudes.
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