O presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), protocolou nesta segunda-feira (4) dois pedidos de informação junto à Mesa Diretora da Casa. Ao ministro da Justiça, Tarso Genro, o deputado pede informações "sobre a situação jurídica do colombiano Olivério Medina (Francisco Antonio Cadena Collazos, conhecido no Brasil como Padre Olivério Medina ou Cura Camilo)" e, ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, cópia de documentos sobre uma eventual relação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) com brasileiros, que teriam sido repassados pelo governo colombiano ao do Brasil.
Ao ministro da Defesa, o deputado pediu supostos documentos entregues pelo presidente colombiano Álvaro Uribe ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tratariam de uma eventual ligação entre brasileiros e as Farc. "Pretendemos trazer ao Congresso Nacional os dados necessários para o efetivo esclarecimento de uma eventual - e, se confirmada, gravíssima - ligação entre dirigentes das Farc e membros da alta cúpula do governo federal brasileiro, evitando, assim, quaisquer pré-julgamentos", disse Jungmann.
Matéria publicada na semana passada pela revista colombiana Cambio aponta a existência de 85 e-mails que teriam sido trocados entre Raúl Reyes, que foi morto este ano e era considerado o número dois na hierarquia das Farc, e representantes do grupo colombiano citando integrantes do governo brasileiro. Entre os nomes citados estariam o do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e dos ex-ministros José Dirceu e Roberto Amaral, além do chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho.
No pedido de informações a Genro, o deputado argumentou que, na Colômbia, Olivério Medina é "acusado pela Justiça de uma série de crimes, como terrorismo, seqüestro e extorsão, todos eles praticados em conjunto com as Farc". "No Brasil, ao que parece, Medina é considerado refugiado político, o que lhe dá direito a permanecer em nosso país a despeito de qualquer pedido de extradição do governo colombiano", afirmou Jungmann.
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