| Foto: Reuters/Larry Downing

Não tomei decisão final sobre a Síria, diz Obama

Agência Estado

O governo dos EUA parece estar mais perto de tomar uma ação "limitada" contra a Síria, dizendo ter "grande confiança" de que o regime do presidente sírio, Bashar Assad, utilizou armas químicas contra civis em 21 de agosto. O presidente Barack Obama enfatizou hoje que ainda "não tomou nenhuma decisão" sobre o assunto, mas que considera uma ação "limitada".

"Não consideramos enviar soldados por meio terrestre", afirmou Obama. "Mas é importante reconhecermos que, quando mais de mil pessoas são mortas, incluindo centenas de crianças inocentes - por meio de uma arma que 98% ou 99% da humanidade afirma que não pode ser usada em guerras -, e não há uma resposta, estamos enviando um sinal perigoso para a nossa segurança nacional."

Apesar de ainda não ter tomado uma decisão, Obama não deu sinais de ter desistido da possibilidade de um ataque militar nos próximos dias, mas afirmou que a crise não pode ser resolvida apenas com ação militar. Segundo ele, as autoridades norte-americana estão conduzindo um "processo de planejamento" sobre como responder ao ataque com armas químicas. Obama acrescentou que gostaria que a comunidade internacional já tivesse agido na Síria.

O presidente reconheceu ainda que o mundo está cansado de guerras e disse que "esse tipo de ataque é um desafio para o mundo". Fonte: Dow Jones Newswires e Market News International.

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O governo americano divulgou nesta sexta-feira (30) um relatório de inteligência que afirma que 1.429 pessoas, entre elas pelo menos 426 crianças, morreram no ataque com armas químicas de 21 de agosto na periferia de Damasco e atribui a autoria da ação ao regime sírio.

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"Afirmamos com alta confiança que o governo sírio realizou o ataque com armas químicas contra elementos da oposição nos subúrbios de Damasco em 21 de agosto", afirma o relatório divulgado pela Casa Branca.

O presidente Barack Obama está usando o relatório como argumento para defender uma retaliação contra o governo sírio.

As informações reunidas para o documento apresentado pelos EUA incluem uma comunicação interceptada de um alto funcionário proximamente ligado ao ataque, assim como outras pessoas, sinais e informações de satélite, segundo o relatório de quatro páginas.

O governo americano divulgou trechos do relatório que aponta o regime sírio como autor de um ataque químico contra os rebeldes no dia 21 de agosto. Em um documento apresentado pelo secretário de Estado, John Kerry, os EUA afirmam ter coletado evidências responsabilizando Bashar al-Assad pelo massacre. Dados sigilosos foram compartilhados com o Congresso e com alguns países aliados, mas não podem ser completamente revelados ao público para proteger fontes e preservar os métodos de investigação.

Veja os pontos principais do relatório divulgado ao público:

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Mortes: Um levantamento preliminar indica que 1.429 pessoas foram mortas no ataque. Das vítimas, ao menos 426 eram crianças. Os números, contudo, podem subir se os americanos tiverem acesso a mais informações.Imagens de satélite: Nos três dias que antecederam o ataque, os EUA registraram imagens de equipes do governo que estariam preparando o ataque. No dia 18, os satélites flagraram movimentações suspeitas em Adra, local próximo da área em que o governo manipula armas químicas como sarín. No dia 21, um homem do governo foi visto usando uma máscara de gás.

Mísseis: No dia 21, os americanos detectaram lançamentos de foguetes a partir do território controlado pelo governo, aproximadamente 90 minutos antes da primeira postagem sobre os ataques aparecer nas mídias socias.

Rebeldes: É extremamente improvável que o ataque químico tenha sido realizado por forças da oposição, segundo os serviços de inteligência. O governo americano conclui que a oposição não é capaz de forjar todos os vídeos postados na internet, nem de simular os sintomas físicos de um ataque com armas químicas.

Munição: O regime sírio estoca numerosos agentes químicos, incluindo gases mostarda, sarín e VX. Além disso, o país tem diversas armas capazes de dispersar esses elementos.

Capacidade: O Exército sírio pode atacar múltiplos alvos ao mesmo tempo.Motivo: Os EUA alegam que o governo foi incapaz de retomar subúrbios da capital com armas comuns. Esses locais poderiam servir de base para ataques contra o centro de Damasco. A frustração teria levado ao uso de elementos químicos.

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Interceptação: Os EUA afirmam ter interceptado uma comunicação entre oficiais do alto escalão do regime. Um deles confirmaria o uso de elementos químicos e estaria preocupado com a repercussão.

Conclusão: O relatório conclui afirmando que existem informações substanciais que indicam a responsabilidade do regime de Assad.