O governo da Espanha anunciou neste sábado que repatriará um religioso de nacionalidade espanhola que vive em Serra Leoa e contraiu o vírus ebola.
Trata-se de Manuel García Viejo, de 52 anos, diretor médico do Hospital São João de Deus na cidade de Lunsar, que manifestou sua vontade de ser transferido para a Espanha, informou hoje o Ministério da Saúde do país europeu em uma nota de imprensa.
A ministra da Saúde da Espanha, Ana Mato, deve se reunir hoje mesmo com responsáveis dos ministérios de Relações Exteriores e Cooperação e de Defesa, e da comunidade Autônoma de Madri, para organizar a mudança do religioso.
García Viejo é o segundo espanhol infectado pelo surto de ebola declarado no mês de março em Guiné e que se estendeu para localidades de Libéria, Serra Leoa, Nigéria e Senegal, contagiando cerca de 5,5 mil pessoas e causando a morte de 2,6 mil, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em agosto, o governo espanhol repatriou da Libéria em um avião-hospital o sacerdote Miguel Pajares, que se encontrava em estado grave e morreu cinco dias depois por consequência da doença no Hospital Carlos III de Madri.
Pajares também pertencia à ordem de São João de Deus e morreu no dia 12 de agosto no hospital madrilenho, onde recebeu tratamento com o remédio experimental ZMapp, que está sendo administrado nos EUA e que foi colocado à disposição dos médicos do hospital Carlos III após autorização do Ministério da Saúde da Espanha.
A família de García Viejo recebeu com tristeza e resignação a notícia de sua doença.
Em declarações para a Agência Efe, Antonio García Viejo, irmão do religioso, explicou que não conseguiu falar com Manuel, mas que conversou com os frades da ordem de São João de Deus, que lhe transmitiram o desejo de seu irmão de voltar à Espanha para ser tratado.
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