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Síria

Repressão de Bashar Assad continua forte

Manifestantes protestam contra o presidente sírio Bashar Assad em Amude. Monitores da Liga Árabe visitariam outras três cidades ontem | Reuters
Manifestantes protestam contra o presidente sírio Bashar Assad em Amude. Monitores da Liga Árabe visitariam outras três cidades ontem (Foto: Reuters)

Damasco - Forças de segurança sírias dispararam contra manifestantes antigoverno e mataram ontem ao menos 21 pessoas em diferentes locais da Síria, enquanto monitores do acordo de paz da Liga Árabe visitavam novas cidades para verificar se o plano para colocar fim ao derramamento de sangue estava sendo cumprido.

As cidades que seriam visitadas ontem – Deraa, Hama e Idlib – ficam em um arco de revolta de 450 km do sul ao norte da Síria. No seu centro está Homs, onde houve polêmica no segundo dia de visita dos monitores quando seu chefe sudanês reportou não ter visto "nada assustador" em uma excursão inicial.

Ontem, a tevê estatal síria divulgou que os observadores haviam chegado em Hama e Deraa, mas ativistas disseram que não tinham visto sinal dos monitores nas ruas até o meio da tarde e não conseguiam entrar em contato com eles por telefone.

"Onde eles estão? Demos duro para essa visita, conseguimos testemunhas e mortes documentadas e locais de bombardeio. As pessoas querem marchar, mas os monitores desapareceram. A presença da segurança é realmente forte – parece que eles estiveram se preparando como nós", disse o ativista Odei, em Idlib.

Em Hama, ativistas disseram que os manifestantes saíram às ruas da cidade para esperar a delegação da Liga Árabe, em meio à forte segurança com atiradores apontando armas das janelas no alto dos edifícios.

"As pessoas realmente querem encontrar [os monitores]. Não temos muito acesso à equipe. As pessoas pararam de acreditar em qualquer coisa ou em qualquer um. Só Deus pode nos ajudar agora", disse Abu Hisham, um ativista da oposição em Hama.

Uma fonte no centro de operações da missão da Liga Árabe, no Cairo, disse que houve um problema de comunicação, mas que o cronograma foi mantido.

Disparos

O presidente do Conselho Nacional Sírio, Burhan Gole­eon, de oposição a Assad, afirmou ontem que a equipe de observadores que visitou nos últimos dois dias a cidade de Homs, no centro da Síria, foi alvo de disparos. "Foi o povo sírio quem os protegeu e os acolheu em suas casas", afirmou Goleeon em declarações à imprensa na sede da Liga Árabe, no Cairo, depois de se reunir com seu secretário-geral, Nabil al Arabi. Goleeon não detalhou quem foram os autores dos disparos nem quando aconteceu o fato. A Liga Árabe não comentou o ocorrido.

Aproveitando a presença dos especialistas em território sírio, os opositores do regime de Assad pediram aos cidadãos através do Facebook que tomem as ruas do país nesta sexta-feira, dia de oração e descanso para os mu­­çulmanos e no qual são convocados os grandes protestos da semana.

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