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O presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, anunciou nesta terça-feira (19) que o Exército russo concluirá a retirada de suas forças na Geórgia até sexta-feira. Colunas de veículos militares russos começaram a deixar a Geórgia em direção à Ossétia do Sul, apesar de ainda haver presença russa em Poti, uma cidade portuária na costa do Mar Negro.

Segundo o escritório do presidente da França, Nicolas Sarkozy, Medvedev assegurou que retirará quase todas as tropas, deixando apenas 500 soldados, encarregados de "implementar medidas de segurança adicionais". A manutenção dessas forças fazia parte do acordo da paz firmado na semana passada, com a mediação de Sarkozy, presidente de turno da União Européia.

Também nesta terça-feira, soldados russos deixaram o Porto de Poti levando cerca de 20 soldados georgianos algemados e vendados. O subcomandante do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, general Anatoly Nogovitsyn, justificou detenções anteriores de soldados georgianos qualificando-as como necessárias para conter militares "fora de qualquer controle, agindo sem nenhum comando".

Além disso, forças russas bloquearam o acesso à base naval e ao porto comercial de Poti, na costa do Mar Negro, e rebocaram uma das embarcações mais sofisticadas da Marinha georgiana para longe da vista dos observadores. Minutos depois, uma explosão foi ouvida. Nogovitsyn disse em Moscou que o país pretende manter Poti até que uma administração local seja formada, mas não forneceu detalhes.

A Rússia e a Geórgia ainda trocaram 20 prisioneiros de guerra nesta terça-feira - 15 georgianos e cinco russos -, em um esforço para reduzir as tensões.

Horas antes do anúncio da retirada russa, a secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, e seus 25 colegas da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) realizaram uma reunião de emergência em Bruxelas durante a qual pediram que a Rússia retire imediatamente suas tropas da Geórgia, um aliado dos EUA que deseja ingressar na Otan.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, criticou as declarações da aliança. Para Lavrov, a Otan mantinha assim políticas anti-Rússia e apoiava uma Geórgia agressiva.

O chanceler francês, Bernard Kouchner, demonstrou decepção com a Rússia porque Moscou ainda não começou a retirar as tropas. "Quando alguém assina um acordo, tem que respeitá-lo," disse Kouchner.

O secretário-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, disse que a Rússia não está honrando o plano de paz mediado pela União Européia (UE) e assinado pelo presidente Dmitry Medvedev.

"O futuro de nossas relações com a Rússia depende das ações concretas que os russos adotarão para obedecer as palavras do presidente Dmytri Medvedev, o que não está acontecendo no momento", disse Scheffer.

Ainda segundo ele, os chanceleres decidiram estabelecer a Comissão Otan-Geórgia, com o objetivo de supervisionar as relações com Tbilisi.

No encontro de hoje em Bruxelas, os chanceleres dos 26 países da aliança atlântica exigiram que a Rússia retire imediatamente suas tropas da Geórgia.

Pouco antes, uma coluna de tanques e veículos blindados havia deixado a cidade de Gori, sinalizando o início da retirada russa da Geórgia.

Scheffer disse que nenhum programa de cooperação com a Rússia foi afetado até o momento, "mas é possível presumir que isso será analisado".

Segundo o acordo de cessar-fogo mediado pela União Européia, as forças russas e georgianas devem recuar às posições anteriores a 7 de agosto, quando o Exército da Geórgia promoveu uma ofensiva contra a Ossétia do Sul em uma tentativa de recuperar o território separatista pró-Moscou. Em resposta, tropas russas invadiram a Geórgia no dia seguinte.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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