Militares russos conversam com moradores locais da cidade georgiana de Gori| Foto: Reuters/David Mdzinarishvili

A Rússia anunciou para o Ocidente que vai começar a retirar suas forças da Geórgia na segunda-feira (18), após uma guerra que humilhou o país à margem do mar Negro e suscitou receios sobre o fornecimento de energia para a Europa. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse no domingo (17) que o presidente russo, Dmitry Medvedev, lhe falou ao telefone que as forças russas começarão a deixar a Geórgia por volta do meio-dia da segunda-feira.

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Sarkozy, representando a União Européia, disse que se a retirada não acontecer conforme o previsto no acordo de cessar-fogo haverá "consequências graves" em termos das relações da Rússia com a União Européia.

Não se viram sinais de combates no domingo, mas tropas russas continuaram a vigiar uma barreira na entrada de Gori, se bem que com presença reduzida: dois veículos blindados de transporte de tropas.

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O general Vyacheslav Borisov, comandante da linha de frente na região de Gori, cidade situada a 30 quilômetros da Ossétia do Sul, disse à Reuters que as tropas russas já estão começando a sair. "É preciso entender que o número de soldados é grande", explicou.

Borisov disse que seus homens estão mantendo suas posições em volta de Gori, cidade que controla o acesso à Ossétia do Sul e a principal rodovia leste-oeste da Geórgia, para proteger a retirada militar russa.

Meses de tensão entre a Geórgia e a Rússia, a quem a Geórgia era subordinada na antiga União Soviética, explodiram em 7 de agosto, quando Tbilisi lançou uma investida militar para retomar o controle da região separatista da Ossétia do Sul, cuja autonomia é apoiada pela Rússia. Moscou disse que 1.600 civis, em sua maioria cidadãos russos, foram mortos no bombardeio georgiano.

Tropas russas marcharam da Ossétia do Sul para o coração da Geórgia, assumindo controle de algumas das cidades principais do país, incluindo a estrategicamente localizada Gori, em combates acirrados que duraram mais de cinco dias. Ambos os lados fizeram acusações de atrocidades.

O Kremlin confirmou o anúncio de Sarkozy, feito em Paris um dia depois de a Geórgia e a Rússia terem selado um acordo de cessar-fogo.

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"A Rússia iniciará amanhã a retirada do contingente militar deslocado para reforçar as forças de paz russas após a agressão georgiana contra a Ossétia do Sul", disse o Kremlin em comunicado.

A Rússia já deixou claro que não vê perspectiva no futuro previsível de a Ossétia do Sul, que rompeu com Tbilisi em 1992, ser reintegrada à Geórgia.

Há conversações em andamento com vistas a um acordo internacional sobre uma força de paz para a Ossétia do Sul.

A Ossétia do Sul e a outra região separatista da Geórgia, a Abkházia, têm o apoio político de Moscou. Mas a Geórgia aliou-se ao Ocidente e provocou a ira de Moscou ao buscar ingressar na Otan.

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