Teerã - A emissora estatal do Irã Press TV explicou que Sakineh Mohammedi Ashtiani, condenada à morte por adultério e cumplicidade no assassinato do seu marido, foi tirada da prisão e levada à sua casa por algumas horas para filmar a reconstrução do crime para um programa especial que seria veiculado ontem. As imagens de Sakineh em sua casa, ao lado do filho, suscitaram notícias de ONGs na véspera de que a iraniana havia sido libertada.
"A mulher acusada de assassinato e adultério acompanhou uma equipe da emissora à sua casa para relatar os detalhes do assassinato do seu marido no cenário do crime", diz o site em inglês da Press TV. "Ao contrário do publicado amplamente pela imprensa internacional sobre a libertação de Sakineh, o certo é que uma equipe de produção em colaboração com a Press TV chegou a um acordo com a Justiça para recriar com ela a cena do crime."
As esperanças sobre a libertação de Sakineh, de 43 anos, foram alimentadas ontem depois de o Comitê Internacional contra o Apedrejamento ter anunciado que tinha informações procedentes do Irã apontando nesse sentido.
A confusão teria sido gerada por um trailer do programa, que mostrava as imagens de Sakineh no jardim de sua casa, embora não tenha citado sua libertação em nenhum momento.
Uma parte do documentário emitido na noite desta quinta-feira já dava pistas de que a libertação era infundada, já que em uma das imagens a mulher afirmava: "Planejamos a morte do meu marido."
O canal divulgou ainda fotos de Sakineh, com expressão neutra, posando em sua casa em Oskou, a 570 km de Teerã, nos dias 4 e 5 de dezembro. O programa veicularia ainda testemunhos do filho de Sakineh, Sajjad Ghaderzadeh.