As primeiras imagens da câmera multiespectral brasileira MUX, a bordo do satélite CBERS-4, foram divulgadas nesta terça-feira (9) pelos técnicos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). As imagens da primeira câmera para satélites inteiramente desenvolvida e produzida no Brasil são da região de Armação de Búzios, no estado do Rio de Janeiro. O satélite, desenvolvido em parceria com a China, foi lançado no espaço na madrugada de domingo (7).
FOTOS: Veja as imagens feitas pelo satélite CBERS-4
Com 20 metros de resolução e multiespectral, a MUX registra imagens no azul, verde, vermelho e infravermelho próximo, em faixas distintas, para uso em diferentes aplicações, principalmente no controle de recursos hídricos e florestais.
O satélite tem capacidade de gravar até 15 minutos de material por dia e viaja a uma velocidade de 4,2 quilômetros por segundo. As imagens capturadas, no entanto, ainda estão sendo usadas como teste para que sejam feitos ajustes na câmera.
CBERS-4
O satélite CBERS-4 foi lançado na madrugada de domingo à 1h26 (horário de Brasília) pelo foguete Longa Marcha 4B de uma base localizada na cidade de Taiyuan, a cerca de 700 quilômetros de Pequim. O sucesso da operação foi confirmado à 1h39, quando o equipamento atingiu altitude de 778 quilômetros, distância necessária para que entrasse em órbita e iniciasse a abertura do painel solar.
A presidente Dilma Rousseff escreveu em seu Twitter que o lançamento do satélite foi um sucesso e destacou que a tecnologia possibilitará o monitoramento da Amazônia e reforçará as relações na América Latina, já que poderá fornecer informações para outros países da região.
Em órbita, o CBERS-4 faz uma volta completa em torno da Terra a cada uma hora e quarenta minutos. Além do monitoramento da Amazônia, o satélite terá aplicações diversas, como o mapeamento da agricultura e a expansão das cidades, além de estudos sobre bacias hidrográficas e queimadas.
O lançamento do CBERS-4 representa um retorno do Programa Espacial Brasileiro, marcado pela falta de recursos, falhas e uma tragédia, a explosão do protótipo do Veículo Lançador de Satélites (VLS) em 22 de agosto de 2003, durante um teste na plataforma da Base Espacial de Alcântara, no Maranhão, que matou 21 pessoas, entre elas alguns dos principais cérebros que trabalhavam no projeto.