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Eleições nos EUA

Sem força no Texas, "obamistas" incentivam viagens ao Novo México

Página da campanha de Obama no Texas incentiva viagens a Estados disputados | Reprodução
Página da campanha de Obama no Texas incentiva viagens a Estados disputados (Foto: Reprodução)

A duas semanas das eleições presidenciais norte-americanas, Barack Obama já desistiu do Texas. A tradição republicana deste Estado, um dos que mais têm representantes na decisão do Colégio Eleitoral que definirá o sucessor de George W. Bush, fez com que a campanha do candidato democrata decidisse "otimizar suas forças".

Em vez de tentar conquistar novos votos no Estado para ganhar apoio dos 34 delegados texanos, os "obamistas" estão incentivando os eleitores democratas de cidades como Houston e Austin a viajarem centenas de quilômetros até o Novo México, onde as pesquisas indicam que Obama tem chances reais de vencer.

"Você pode dirigir pela mudança e fazer esta pequena viagem para fazer uma grande diferença?" perguntava um e-mail da campanha no estado, enviado ao eleitor Anderson Brandão, que repassou o "convite" ao G1.

Brandão disse à reportagem que não poderia ir, mas que sabia que muitos estudantes do estado estavam se voluntariando a apoiar a campanha no Novo México.

Apesar de serem estados vizinhos, para ir de Houston, maior cidade do Texas, até Albuquerque, maior cidade do Novo México, o "obamista" precisaria dirigir por mais de 1.600 quilômetros. A distância entre as capitais, Austin e Santa Fe, é de pouco menos, cerca de 1.400 quilômetros.

O convite, que começou a ser enviado dois meses antes da eleição, pedia que os partidários de Obama passassem pelo menos dois dias no estado vizinho nos dias que antecedem a votação.

Menos é mais

O vencedor da eleição presidencial no Novo México leva mais cinco delegados para a sua bancada no Colégio Eleitoral, pouco mais de um sétimo dos que o vencedor do Texas. Mesmo sem ter a mesma força política do Texas, o vizinho tem um histórico recente mais atraente para os democratas.

O atual presidente venceu por lá quando disputou a reeleição, em 2004, por apenas 0,7 ponto percentual de vantagem. Quatro anos antes, em 2000, seu opositor, o democrata Al Gore, levou os delegados do Estado após vencer por um ponto de vantagem.

"A campanha por Mudança no Novo México está trabalhando duro para alcançar os eleitores indecisos, mas as pesquisas mostram uma pequena liderança em uma disputa muito apertada, e a história mostra que cada voto conta", diz o e-mail, que lembra que Al Gore venceu no estado por "menos de 400 votos" em 2000.

As pesquisas de intenção de voto para as eleições do próximo dia 4 indicam que o esforço dos democratas do Texas está valendo a pena. Obama lidera com 50,7% contra apenas 42,3% de John McCain, segundo a média de pesquisas organizada pelo site Real Clear Politics.

Faz mais de 35 anos que um candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos não vence as eleições no Texas. E mesmo Obama, que tem empolgado eleitores e aparecido na liderança na maioria das pesquisas de intenção de voto no país, tem 13 pontos percetuais a menos que McCain lá.

Pelo telefone

Além do apelo pela viagem, a campanha de Obama pede que os eleitores democratas ajudem seu candidato fazendo telefonemas. A idéia era ajudar a convencer indecisos do Estado de Ohio, um dos mais importantes e menos garantidos para a disputa pela Presidência.

Segundo Brandão, que repassou todas as mensagens da campanha para o G1, mesmo antes de Obama se tornar o candidato do partido, durante as primárias, sua campanha já incentivava viagens a Estados até mais distantes, como a Carolina do Norte, para que ele derrotasse sua oponente Hillary Clinton.

O G1 entrou em contato com o Partido Democrata do Texas, que negou estar envolvido com este tipo de campanha por viagens, e disse que a organização partia da campanha pessoal de Obama. Segundo o partido, o objetivo oficial dos democratas é conquistar o Estado do Texas com votos para vários cargos eletivos, e não apenas para presidente.

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