Presidente paraguai Fernando Lugo visitou a região onde foi decretado estado de exceção| Foto: Reuters
Exército paraguaio ocupou áreas do país para tentar reduzir a violência
Soldados do exército paraguaio inspecionam estrada para capturar guerrilheiros
CARREGANDO :)

O presidente do Congresso paraguaio, senador Miguel Carrizosa, deveria pedir formalmente nesta quarta-feira ao presidente Fernando Lugo a militarização de Pedro Juan Caballero, capital do departamento (Estado) de Amambay, informa em seu site o jornal local La Nación. O anúncio foi feito por Carrizosa na terça-feira, após visitar o senador Roberto Acevedo, que sofreu um ataque na cidade na segunda-feira

"Solicitaremos ao presidente Lugo a militarização de Pedro Juan Caballero", afirmou Carrizosa. A cidade faz fronteira com a brasileira Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Segundo o presidente do Congresso paraguaio, é preciso tomar essa atitude pois a onda de violência nessa cidade "ultrapassou os limites", segundo o diário local.

Publicidade

Na manhã desta quarta-feira, policiais paraguaios detiveram dois brasileiros na cidade de Pedro Juan Caballero, informou a edição online do diário paraguaio ABC.

Segundo o jornal, Josué dos Santos e Daniel dos Santos podem ser integrantes dos Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que atua em presídios no Brasil. Eles dirigiam um automóvel Gol, de cor branca, e pretendiam chegar à casa de um suposto traficantes de drogas.

Acevedo ficou ferido no ataque. Um motorista dele e um guarda-costas morreram. Na terça-feira, o jornal paraguaio ABC Color anunciou a prisão dos brasileiros Nevailton Marcos Cordeiro e Eduardo da Silva como suspeitos pelo ataque. Esse jornal citou os dois como "supostos integrantes" do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa que atua em presídios no Brasil.

"É preciso reduzir o alto índice de insegurança na fronteira, isso é categórico", disse Carrizosa. Ele estava com o também senador Alberto Grillón, ambos acompanhados por um forte aparato de proteção policial.

Membro do governista Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), Acevedo disse que teme por sua segurança e terá que abandonar a cidade para preservar sua segurança e a de seus familiares. "É difícil viver em Pedro Juan Caballero, mas se quero continuar vivo tenho que abandonar o lugar por que tanto tenho lutado, mas não há condições para poder continuar", disse ele, que pretende se mudar para Assunção.

Publicidade

Amambay é um dos cinco departamentos paraguaios onde vigora o estado de exceção, tomado para facilitar que as forças oficiais persigam e prendam membros do grupo Exército do Povo Paraguaio (EPP). Essa organização é responsabilizada por ataques contra as forças de segurança e também vários sequestros no país.

Estado de exceção

Nos 30 dias de vigência do estado de exceção em cinco departamentos (Estados) paraguaios será impossível reduzir a criminalidade ou capturar membros de um grupo guerrilheiro, afirmou nesta quarta-feira o ministro de Comunicação do Paraguai, Augusto Dos Santos.

Um dos departamentos atingidos é Amambay, cuja capital é Pedro Juan Caballero, fronteiriça com a Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. Em Pedro Juan Caballero, policiais e promotores não tinham ainda pistas precisas sobre os autores intelectuais e materiais do ataque sofrido pelo senador da situação Roberto Acevedo. O parlamentar foi ferido no braço e um guarda-costas e um motorista morreram no atentado a tiros da segunda-feira.

A promotora Lourdes Peña informou que dois brasileiros foram detidos em Pedro Juan Caballero, por suposto envolvimento com o crime.

Publicidade

Na terça-feira, Acevedo chegou a dizer que pretendia abandonar a cidade, por causa da violência. Posteriormente, afirmou que "não abandonarei Pedro Juan Caballero, porque representaria uma vitória dos criminosos". O senador disse que ficará atendendo a um pedido "de minha mãe e do povo que votou em mim".

Mil soldados do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, além de agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e policiais, realizam atividades nos departamentos de Amambay, Concepción, San Pedro, Villa Hayes e Alto Paraguay. Até agora, não foi preso nenhum suspeito.

O estado de exceção vale desde domingo e foi ordenado pelo presidente Fernando Lugo, com o apoio do Congresso. A medida tem como meta capturar integrantes do grupo Exército do Povo Paraguaio (EPP), que se dedica há dois anos a sequestros e ataques contra policiais e militares. Informes da inteligência paraguaia afirmam que cerca de 25 combatentes do EPP estão nas florestas do país.

"É impossível que em trinta dias diminua a criminalidade", disse Santos em encontro com jornalistas em Concepción, 420 quilômetros ao norte de Assunção. Na capital, Lugo se reúne com governadores para avaliar os primeiros dias da operação de segurança. O ministro disse que o governo "deseja devolver um clima de segurança à população e realizar a busca (de membros) do EPP e de outros delinquentes".