O Congresso norte-americano, desde janeiro controlado pelos democratas, está rapidamente se tornando um pesadelo para o governo Bush, exigindo explicações para tudo -da guerra do Iraque ao comportamento do seu secretário de Justiça.

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Armados com o poder de intimar políticos ao Congresso, os democratas estão vasculhando os armários do governo, depois de seis anos em que a maioria republicana dava rédea solta ao presidente George W. Bush.

Já foram mais de cem audiências neste ano, sobre temas díspares como o tratamento dado a militares feridos em guerras, operações de resgate em desastres e a investigação sobre os motivos que levaram o secretário Alberto Gonzales a demitir oito procuradores federais.

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``Essas audiências refletem o manancial de assuntos polêmicos que o Congresso republicano não tratou, há audiências demais acumuladas, é como o aeroporto O'Hare, de Chicago, na hora do rush'', disse Paul Light, do Centro Universitário John Brademas para o Estudo do Congresso, da Universidade de Nova York.

Bush, segundo o pesquisador, ``está basicamente sendo confirmado como um presidente 'pato manco' (com poderes enfraquecidos pelo final de mandato), não há muito que ele possa fazer para evitar isso.''

O resultado são inúmeras dores de cabeça para a Casa Branca. Uma comissão da Câmara está até agora debruçada sobre o caso de Valerime Plame, tentando descobrir se alguém do governo teve algo a ver com a revelação de que ela era agente secreta da CIA -além de casada com um diplomata que acusara a Casa Branca de mentir para fazer a guerra do Iraque.

Os democratas já conseguiram algumas mudanças importantes, obrigando, por exemplo, que Gonzales alterasse o programa de espionagem doméstica implementado pelo governo depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.

Eles também fizeram com que o Congresso se voltasse para a cada vez mais impopular guerra do Iraque, e alertaram Bush que ele precisará indicar nomes menos conservadores a cargos judiciários para que o Senado os aprove.

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Sob pressão parlamentar, a Casa Branca recentemente aceitou revogar uma regra da Lei Patriota, do ano passado, que autorizava Gonzales a nomear indefinidamente procuradores interinos, sem necessidade de sabatina no Senado.

Além disso, os democratas tentam impor a agenda política que os elegeu em 2006, voltada basicamente para a redução das desigualdades sociais e para a adoção de uma nova estratégia na guerra do Iraque, que já dura quatro anos.

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