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O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse que o governo americano não tem mais dúvidas que o regime sírio de Bashar al-Assad de fato usou "indiscriminadamente" armas químicas na guerra civil no país.
Depois de meses sugerindo que havia apenas indícios e crescentes provas do uso, Kerry agora disse não ter mais dúvidas o que, para muitos, prepara o terreno para uma ação militar americana. Em agosto do ano passado, Obama havia dito que o uso de armas químicas, proibidas em convenção da ONU, seria a "linha vermelha" que a ditadura síria não poderia ultrapassar.
Kerry disse que passou o fim de semana falando com ministros das Relações Exteriores europeus e do Oriente médio sobre o que está acontecendo no conflito sírio.
"O uso de armas químicas desafia qualquer código de moralidade, matando indiscriminadamente civis, é abominável", disse Kerry esta tarde em Washington, no Departamento de Estado. "O que aconteceu lá vai muito além do conflito em si. O mundo baniu o uso de armas químicas", dizendo que o governo sírio precisa ser responsabilizado pelos seus atos.
Pesquisa do mês passado da rede CNN dizia que 60% dos americanos são contra qualquer envolvimento militar na Síria. Para analistas americanos, Obama sofre de uma "síndrome do Iraque" - ele foi eleito por ter sido contra a guerra promovida pelo antecessor, George Bush, então seria mais cauteloso antes de tomar qualquer iniciativa militar.
Ataques
Kerry citou a visita da ONU aos locais do ataque nesta segunda-feira e condenou qualquer tentativa de atrasar o trabalho dos investigadores. De acordo com a Coalizão Nacional Síria (CNFROS), maior grupo opositor do país, o regime sírio disparou contra membros da missão da ONU para impedir a investigação do suposto ataque químico nas proximidades de Damasco.
Em comunicado, assinado também pelo Exército Livre Sírio (ELS), a oposição argumentou que a região da qual foram feitos os disparos está sob controle do regime de Bashar al Assad, que com o ataque - acrescentou - pretende impedir que a equipe da ONU descubra a verdade sobre o ocorrido.
O governo sírio responsabilizou, por sua vez, os "grupos terroristas armados", como costuma chamar os rebeldes, de atirar nos analistas, que hoje visitaram a região de Muadamiya.
Por sua vez, a ONU denunciou o ataque de franco-atiradores contra um dos veículos, que ficou inutilizado pelos disparos, o que obrigou a equipe a esperar por outro.
"O ataque foi uma tentativa por parte do regime de Assad de intimidar a equipe da ONU e impedir que descobrisse a verdade do ataque com armas químicas", afirma a nota da oposição.
Em relação ao ataque da quarta-feira passada que os especialistas investigam, a CNFROS culpou o regime e denunciou a morte de 1.300 pessoas, embora outros grupos rebaixaram este número para menos de 400.