O governo da Somália teme uma onda de ataques da milícia radical islâmica Al Shabab após a morte de seu líder, Ahmed Abdi Godane, em um ataque aéreo realizado pelos Estados Unidos, alertou nesta sábado o ministro de Segurança, Kalif Ahmed Ereg. Um dia depois do Departamento de Defesa dos Estados Unidos confirmar a morte de Godane em um ataque cometido em 1º de setembro por um avião tripulado no sudeste da Somália, o país do Chifre da África pôs em estado de alerta suas forças de segurança.
"Ordeno a todas as forças de segurança que estejam alerta e a todos os civis que cooperem para prevenir qualquer ataque da Al Shabab", advertiu o ministro em entrevista coletiva. O governo somali recebeu informações de inteligência que indicam que os jihadistas planejam lançar uma campanha de ataques contra alvos governamentais e lugares públicos como vingança pela morte de seu líder. "A morte de Godane é bem-vinda e representa a vitória da paz na Somália, mas todos os cidadãos devem seguir cooperando com as forças de segurança", disse Ahmed Ereg.
Godane, de 37 anos, foi um dos fundadores da Al Shabab e líder do grupo terrorista desde 2008, quando um ataque aéreo americano matou o então comandante da organização. No ano passado, foi Godane quem reivindicou a autoria do sangrento ataque ao centro comercial Westgate, em Nairóbi (Quênia), no qual morreram 67 pessoas.
Segundo o Pentágono, sua morte representa um "duro golpe" contra a milícia, considerada um braço da Al Qaeda. O Al Shabab, que luta para instaurar um Estado islâmico radical na Somália, foi incluída em março de 2008 na lista de organizações consideradas terroristas pelo governo americano.
A Somália vive em um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o ditador Mohammed Siad Barre foi deposto, o que deixou o país sem um governo efetivo e em mãos de milícias islamitas, líderes tribais e grupos de criminosos armados.