Cherif Kouachi e Said Kouachi, suspeitos de participar do ataque, estão foragidos. As fotos foram divulgadas pelas autoridades francesas| Foto: Divulgação

Os irmãos Chérif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, eram rostos conhecidos da polícia. Os supostos autores do ataque terrorista ao jornal satírico "Charlie Hebdo" estavam entre os centenas de suspeitos jihadistas que estavam sendo monitorados pelas forças de segurança.

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Nascido em 28 de novembro de 1982 em Paris, francês de nacionalidade, Chérif, o mais novo dos irmãos, era um jovem fã de rap até seu caminho cruzar com o de Farid Benyettou, que o apresentou à rede jihadista Buttes-Chaumont. A célula islâmica alistava cidadãos franceses em uma mesquita no leste de Paris para que fossem ao Iraque combater os americanos. Foi Benyettou, líder do grupo, que o convenceu a viajar para o Iraque. Em 2005, quando Chérif, que já usava o nome Abu Issen, estava prestes a tomar um voo para Damasco, foi preso e condenado a um ano e meio de encarceramento.

Quando foi solto, passou a trabalhar na peixaria de um supermercado. No julgamento, realizado em 2008, foi condenado a três anos de prisão, mas não chegou a voltar à cadeia porque o tempo na prisão preventiva foi descontado.

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Dois anos depois, acusado de colaborar na fuga de Smain Ait Ali Belkace, um ex-membro do Grupo Armado Argelino (GIA), ele foi julgado novamente e condenado à prisão perpétua por um ataque em 2002, no metrô de Paris, que deixou 30 feridos. Em 25 de maio daquele ano, ele entrou na prisão, mas foi libertado meses depois, em 11 de outubro, pela ausência de provas. Chérif ainda era suspeito de ser ligado a outra figura do Islã radical francês, Djamel Beghal, que cumpriu dez anos de prisão por preparar atentados, com quem teria treinado.

— Ele era um aprendiz de perdedor, um garoto de recados com um boné, que fumava haxixe e entregava pizzas para comprar drogas. Era um rapaz perdido que não sabia o que fazer com a sua vida, e que, um dia, encontrou pessoas que o fizeram se sentir importante — contou seu antigo advogado, Vincent Ollivier, ao jornal "Le Parisien".Careca e de barbicha rala na foto divulgada na madrugada desta quinta-feira pela polícia, ele pode "estar armado e ser perigoso", assim como seu irmão Said, nascido em 7 de setembro de 1980, também em Paris. Os dois irmãos são suspeitos de terem cometido o atentado terrorista na redação do jornal "Charlie Hebdo", que deixou 12 mortos e 11 feridos na manhã de quarta-feira.

O suposto cúmplice dos dois irmãos, que se apresentou à polícia na noite de quarta-feira no nordeste da França, Mourad Hamyd, de 18 anos, é cunhado de Chérif. Hamyd, suspeito de dirigir o carro utilizado na fuga dos atiradores, teria se apresentado à polícia na cidade de Charleville-Mézières "ao ver que seu nome circulava nas redes sociais".

Durante o julgamento, foi dito que Kouachi só tinha recebido um treinamento mínimo de combate: fazia corridas para ficar em forma e aprendeu a usar um fuzil automático Kalashnikov estudando um manual. O ex-entregador de pizzas foi descrito como um guerreiro relutante que havia ficado aliviado quando agentes franceses o impediram de pegar um voo para a Síria, de onde, finalmente, iria para o campo de batalha no Iraque. No entanto, a prisão mudou Chérif, que tornou-se retraído e perigoso, segundo seu ex-advogado.

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