- Defensoria Pública de Boston busca representar suspeito de explosões
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- Maratona de Carmel presta homenagem às vítimas de Boston
- Mãe diz que suspeito de ataques estava sob vigilância do FBI
- Perfil de suspeito em rede social cita o Islã e a causa chechena
- Suspeito teria publicado mensagens no Twitter após as explosões
A prisão de Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, na noite de sexta-feira (19) encerrou uma caçada de 24 horas pelos autores do atentado à bomba na Maratona de Boston, mas colocou em curso uma fase igualmente intensa do caso, a começar pelo interrogatório do homem que, pelo menos por enquanto, é o único suspeito vivo.
Autoridades americanas afirmaram que uma equipe especial de investigadores vai interrogar Dzhokhar sem proclamar o chamado aviso de Miranda, que garante ao suspeito o direito de permanecer em silêncio até que esteja na presença de um advogado.
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Em vez disso, o governo vai invocar uma norma jurídica conhecida como "exceção de segurança pública" que permite aos investigadores interrogar o jovem assim que ele estiver fisicamente capaz. Após ser capturado, Dzhokhar foi levado para o Hospital Mount Auburn, em Cambridge, em condição crítica, com ferimentos no pescoço e na perna, mas está consciente
A isenção pode ser invocada quando a informação é necessária para proteger a segurança pública. Neste caso, o governo acredita que é vital saber se Dzhokhar plantou quaisquer outros explosivos antes de sua captura ou se há outros envolvidos no atentado.
A regra que dispensa o aviso de Miranda não estabelece um limite preciso de quanto tempo um suspeito pode ser interrogado antes de ser informado sobre os seus direitos, mas é provável que as autoridades não demorem mais do que 48 horas. Durante esse tempo, Dzhokhar será interrogado por uma equipe do governo federal chamada de Grupo de Interrogatório para Detentos de Alto Valor, composta por funcionários do FBI, CIA e do Departamento de Defesa. Apesar de não haver um advogado presente, quaisquer declarações que ele fizer durante o interrogatório serão admissíveis em tribunal.
Defensoria Pública de Boston busca representar suspeito
O escritório da Defensoria Pública Federal em Boston está tentando ser nomeado para representar Dzhokhar Tsarnaev, suspeito de ser um dos responsáveis pelas explosões na Maratona de Boston.
O gabinete geralmente defende pessoas que não podem pagar seus próprios advogados em casos criminais. Um representante da defensoria, Charles McGinty, disse que os advogados do órgão ainda não falaram com Tsarnaev e que teriam que ser nomeados por um juiz federal. "É por isso que nós estamos tentando adiantar a nomeação, para que ela aconteça o quanto antes", disse ele.
Prisão
O final dramático para a caçada de Dzhoknar ocorreu quando um morador de Watertown, confinado em sua casa durante todo o dia devido ao alerta do governo, finalmente deixou a residência quando a proibição foi suspensa. David Henneberry percebeu que a fita de isolamento do seu barco tinha sido cortada, e que havia na lona uma poça de sangue. Ele aproximou-se da embarcação, então, e viu um corpo.
"E nesse momento ele se tornou um herói absoluto. Em vez de ser um herói no momento e gritar com o suspeito, ele fez a coisa certa e ligou para o 911", disse à CNN Robert Duffy, enteado de Henneberry.
Em apenas alguns minutos, a casa estava cercada por dezenas de policiais e outros corpos de segurança. Através de câmeras de detecção térmica, os oficiais confirmaram que havia um corpo dentro da lancha, e para despistá-lo lançaram bombas de fumaça nas imediações, o que precedeu a uma troca de tiros entre Dzhoknar e a polícia.
Por volta das 20h45m (21h45m no horário de Brasília), a polícia de Boston confirmou que o jovem tinha sido capturado vivo, mas em estado grave.
FBI interrogou irmão mais velho em 2011
O FBI confirmou na sexta-feira que seus agentes em Boston entrevistaram Tamerlan Tsarnaev em 2011 a pedido de um governo estrangeiro. Ao "Washington Post, um oficial disse que a solicitação veio do governo russo, preocupado com possíveis laços de Tsarnaev a terroristas separatistas chechenos.
"O pedido afirma que foi baseado em informações de que ele era um seguidor do islamismo radical e um devoto fervoroso, e que ele tinha mudado drasticamente desde 2010, quando se preparava para sair dos Estados Unidos para viajar para a região do país para se juntar grupos clandestinos não especificados", disse o comunicado da polícia federal americana.
O FBI verificou bancos de dados do governo e outras informações para checar comunicações telefônicas, possível uso de sites on-line associados a atividades radicais, ligações com pessoas de interesse, histórico de viagens e escolar. Entretanto, os agentes não encontraram qualquer atividade terrorista, nacional ou estrangeira, e os resultados foram fornecidos ao governo estrangeiro no verão de 2011.
Na sexta-feira, a mãe dos irmãos, Zubeidat Tsarnaeva, afirmara que os dois eram monitorados pelo FBI há anos.
"Estou quase 100% certa de que isso tudo é uma armação para cima deles", disse Zubeidat, falando em inglês a partir de Makhachkala, na república russa do Daguestão. - Meus dois filhos são inocentes. Nenhum deles falou qualquer coisa sobre o que está acontecendo agora. Eles (o FBI) sabiam tudo o que eles faziam.
Segundo ela, o filho mais novo, Dzhokhar - ainda em fuga - foi criado nos EUA, e o mais velho, Tamerlan, aderiu mais fortemente ao islamismo há cerca de cinco anos.
"Ele nunca me falou que estaria ao lado da jihad", disse Zubeidat.
Questionada sobre o envolvimento de seus filhos na perseguição ocorrida na região de Boston na madrugada desta sexta-feira, Zubeidat falou apenas que "o FBI tinha medo do filho (Tamerlan) porque ele falava muito sobre o Islã".
Vítimas
Três pessoas morreram no atentado de segunda-feira. O primeiro identificado foi Martin Richard (foto abaixo), de 8 anos. Ele estava aguardando a chegada do pai na maratona. Sua mãe, que também estava no local, sofreu traumatismo craniano, enquanto sua irmã, de 6 anos, perdeu uma perna. Nesta terça-feira, uma usuária do Facebook postou uma foto antiga de Martin em que o garoto que pede paz em um cartaz.
Outra vítima é Krystle Campbell (foto abaixo), de 29 anos. Ela vivia em Medford, Massachussets. "Minha filha era a mais amorosa das meninas. Ajudava a todos e estou muito chocado com tudo. Estamos devastados", disse o pai de Krystle. Ela estava na linha de chegada com um amigo esperando o namorado, que participava da corrida. Seu pai afirmou não saber se o jovem completou a maratona antes das explosões. A terceira pessoa morta foi um cidadão chinês que estudava da Boston University. A família não autorizou a divulgação do nome e a informação foi repassada pelo porta-voz da instituição.
A terceira vítima do atentado foi a chinesa Lu Lingzi (foto abaixo), segundo o jornal estatal chinês Shenyang Evening News. Segundo a publicação, ela era uma estudante da Universidade de Boston. A morte causou comoção e provocou manifestações antiamericanas na China.
O consulado chinês em Nova York disse em um comunicado na terça-feira que outro cidadão da China foi ferido e estava em condição estável após uma cirurgia.
O ministério das Relações Exteriores e o consulado Geral da China não anunciaram o nome da vítima a pedido da família. Mas na terça-feira, a mídia de Boston citou uma fonte chinesa do consulado Geral, dizendo que Lu Lingzi estava entre os desaparecidos após as explosões de segunda-feira.
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