Autoridades da Tailândia impuseram hoje um toque de recolher por mais três noites em Bangcoc e em 23 outras províncias do país. Uma reunião liderada pelo primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva decidiu impor a restrição, disse um porta-voz do Comando de Operação de Segurança Interna, órgão comandado pelo Exército. A intenção é acabar com os conflitos provocados pelas manifestações no país contra o governo.

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O toque de recolher havia sido imposto em Bangcoc e nas outras 23 províncias ontem, das 20 às 6 horas, para conter incêndios e saques depois do fim da ocupação dos Camisas Vermelhas no centro da capital. Agora, a medida nos próximos dias vale das 21h às 5h.

Ontem, os líderes dos Camisas Vermelhas decidiram encerrar seus protestos no centro de Bangcoc, mas vários edifícios da cidade foram incendiados, incluindo a Bolsa de Valores. Hoje, autoridades disseram que houve distúrbios no noroeste do país, com quatro sedes de governos provinciais incendiadas e 13 mil manifestantes protestando contra o governo.

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Há o temor de que os Camisas Vermelhas, até então mais concentrados em Bangcoc, espalhem seus protestos pelo restante do país. A Tailândia tem 76 províncias. Os manifestantes acusam o governo atual de ser ilegítimo por ter chegado ao poder por meio de votação parlamentar e não de eleições diretas. Além disso, apoiam o ex-premier Thaksin Shinawatra, deposto em um golpe militar em 2006.

"Não é o fim do conflito, é apenas o início de outra fase da guerra. Seja como você chamar isso: guerra civil, luta de guerrilha, é passível de interpretação", disse Pavin Chachavalpongpun, especialista do Instituto para Estudos do Sudeste Asiático, de Cingapura.

Insurgência

No sul da Tailândia, cinco pessoas foram mortas a tiros, incluindo três moradores e dois militantes islâmicos, em confrontos com autoridades, informou hoje a polícia. As mortes ocorreram na província de Yala, que está em alerta, pois há o temor de que ocorram novos ataques.

Mais de 4.100 pessoas morreram na insurgência de seis anos nas províncias do sul tailandês, de maioria muçulmana, que fica próximo da Malásia. A região era um sultanato autônomo muçulmano malaio até ter sido anexada em 1902 pela Tailândia, país de maioria budista. Desde então, a área enfrenta tensões, como a da atual insurgência, iniciada em janeiro de 2004. As informações são da Dow Jones.

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