"A nível político, os talibãs provavelmente não estão prontos para pensar em reconciliação ou qualquer tipo de acordo, neste momento", disse Gates em entrevista para tropas em Riyadh| Foto: Jason Reed / Reuters

Os Talibãs se fortaleceram de tal forma no Afeganistão que qualquer esforço para negociar com o grupo, neste momento, se torna extremamente difícil, disse à rede de TV CNN o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates. Ele falou com exclusividade à emissora americana nesta terça-feira, antes de partir para a capital afegã, Cabul, onde supervisiona, nesta quarta-feira (6), os preparativos para chegada de milhares de soldados americanos que reforçarão a luta contra os rebeldes.

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"A nível político, os talibãs provavelmente não estão prontos para pensar em reconciliação ou qualquer tipo de acordo, neste momento", disse Gates na entrevista. "Eles se sentem poderosos. E até que isso mude, será difícil qualquer diálogo".

Parte da estratégia dos EUA no Afeganistão consiste em tentar persuadir, com a ajuda do governo e do Exército afegãos, os membros do Talibã que estão mais engajados com o retorno financeiro proporcionado pelo grupo, do que com a sua ideologia.

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Nesta quarta-feira, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, expressou seu "profundo pesar" pela morte de civis durante um bombardeio da aviação dos Estados Unidos no Afeganistão, na segunda-feira. Pelo menos 100 pessoas, incluindo civis, morreram no ataque perpetrado na região oeste do país.

Em declarações durante uma reunião com os presidentes do Afeganistão, Hamid Karzai, e do Paquistão, Asif Zardari, no Departamento de Estado, Hillary assegurou que "qualquer perda de vidas inocentes é particularmente dolorosa".

"Lamentamos profundamente essa perda", afirmou a secretária de Estado americana.

Karzai ordenou que seja investigado o bombardeio, na província afegã de Farah e que, segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), causou a morte de dezenas de civis. O incidente complicou a série de reuniões que as autoridades em Washington mantêm entre esta quarta e quinta com representantes de Afeganistão e Paquistão, para fomentar a cooperação entre esses dois países contra o movimento talibã, no momento em que o grupo extremista está a apenas 100 quilômetros de Islamabad.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se reuniu nesta tarde com Zardari e Karzai em uma cúpula trilateral e separadamente com cada um deles.

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Os talibãs encontraram apoio na região fronteiriça do nordeste paquistanês e puderam aproveitar suas fortificações no vale do Swat para tentar assumir o estratégico vale de Buner, a 97 quilômetros de Islamabad, algo que colocou em alerta as autoridades paquistaneses. O Paquistão assegurou nesta quarta-feira que mais de 60 extremistas morreram durante bombardeios de suas forças no vale de Swat.

A reação paquistanesa acontece no momento em que Washington temia que o Governo Zardari estivesse fazendo muitas concessões ao regime talibã.

Em declarações durante a reunião de hoje no Departamento de Estado, Hillary afirmou que na série de encontros as três partes estudarão "passos concretos" para escorar a colaboração econômica, agrícola e de segurança.

"Não somos perfeitos, ninguém é, e cometeremos erros, mas é necessário que mantenhamos um diálogo aberto", afirmou a secretária de Estado.

Hillary exigiu também aos presidentes de Paquistão e Afeganistão que contem com as mulheres nas tarefas de seus respectivos países, pois "não é possível conseguir uma prosperidade duradoura" sem elas.

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A secretária de Estado expressou, além disso, sua complacência pelo acordo conseguido entre Afeganistão e Paquistão para a construção de uma estrada que comunique ambos os países, "um acordo que acarretará prosperidade para os dois".

Já Karzai expressou seu agradecimento pelas desculpas apresentadas por Hillary e assegurou que Afeganistão e Paquistão são "irmãos siameses", cujas vidas se veem afetadas mutuamente pelas oportunidades ou falta delas de cada lado da fronteira.

Por sua vez, o presidente paquistanês assegurou que os dois países se encontram "sob a ameaça do perigo" talibã, mas continuarão enfrentando o "desafio".