Manifestantes queimam cartazes com fotos de Kadafi e cópias de O Livro Verde, escrito pelo ditador e que serve de Constituição no país| Foto: Roberto Schmidt/AFP

Cantora doará cachê

Mariah Carey, 50 Cent, Beyon­­cé, Usher e Rolling Stones estão en­­tre as celebridades que já soltaram a voz em frente da família do ditador da Líbia, Muamar Kadafi.

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Kadafi alerta o Ocidente para possível "guerra sangrenta"

Trípoli - O governante líbio, Muamar Kadafi, advertiu o Ocidente on­­tem contra uma possível intervenção para apoiar opositores a seu regime. Kadafi afirmou que nesse caso lançaria uma "guerra muito sangrenta", na qual "mi­­lhares de líbios morreriam".

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Batalha

Insurgentes repelem ataque

Insurgentes rechaçaram ontem ataques de tropas leais ao governante da Líbia, Muamar Kadafi, em uma batalha perto do terminal petrolífero de Marsa El-Brega, no leste do país. O ataque, desfechado por centenas de soldados, mercenários e partidários de Kadafi, foi repelido após horas de combate. Pelo menos 10 insurgentes foram mortos na luta e outros 18 ficaram feridos. Um número não preciso de soldados de Kadafi foi morto.

Os partidários do ditador líbio bateram em retirada e se entrincheiraram no campus universitário, a 5 quilômetros da cidade. Marsa El-Brega fica 740 quilômetros ao leste de Trípoli, onde Kadafi e seus partidários resistem à revolta.

Os insurgentes de Marsa El-Brega receberam reforços de homens armados vindos das cidades de Ajbdabiya, que fica 70 quilômetros ao leste, e até de Benghazi, que está a 150 quilômetros na direção ao Egito. Os rebeldes afirmam que retomaram o porto, o aeroporto e o terminal portuário petrolífero de Marsa.

Os insurgentes pediram que a Organização das Nações Unidas (ONU) ordene a realização de ataques aéreos contra mercenários que lutam em nome de Kadafi. "Estamos pedindo à ONU ou a qualquer organismo internacional responsável que realize ataques aéreos em locais onde haja forte presença de mercenários", afirmou o porta-voz dos dissidentes, Abdel Hafiz Ghoqa.

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O promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luis Mo­­reno Ocampo, anunciará hoje que vai abrir investigação sobre os conflitos na Líbia. Sediado em Haia (Holanda), o TPI investiga e julga acusações de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra. No sábado, na sessão em que aprovou sanções à ditadura de Muamar Kadafi, o Conselho de Segurança da ONU pediu a ação da corte no caso líbio.

Para Moreno Ocampo, os relatos preliminares sobre ataques das forças pró-Kadafi aos manifestantes antigovernistas já justificam a abertura de inquérito no âmbito do tribunal. Estima-se que ao menos mil pessoas tenham morrido nos conflitos.

A votação no CS também marcou a primeira vez em que os EUA, que não ratificaram a criação do TPI, deram apoio a uma investigação do tribunal. O país insistiu, porém, que cidadãos norte-americanos não devem ser investigados ou julgados pela corte.

Segundo fontes ligadas ao Tribunal, o trabalho da promotoria é identificar e acusar os "principais suspeitos" de perpetrar os crimes. A promotoria está em contato com as Nações Unidas, a União Africana, a Liga Árabe, assim co­­mo com os Estados parte do Esta­­tuto de Roma, que regula o funcionamento do TPI.

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Pressão

Enquanto cresce a pressão internacional por uma zona de proibição de voos sobre a Líbia ("no-fly zone’’), mais dois navios de guerra dos EUA entraram no mar Mediterrâneo ontem pelo canal de Suez, em uma mostra de força com o intuito de intimidar Kadafi e provocar sua saída.

O secretário da Defesa, Robert Gates, alertou que instaurar a zona de exclusão implicaria um ataque inicial para destruir as defesas aéreas líbias. Em tom cauteloso, disse se preocupar com as declarações sobre opções militares contra Kadafi.

Vários países da Otan (aliança militar ocidental) estão traçando planos para zonas de exclusão similares às instauradas sobre os Bálcãs nos anos 90, para o caso de a comunidade internacional decidir embargar voos líbios. O modelo é a operação da Otan sobre a Bósnia (93-95). Mas a Otan só agiria sob determinação da ONU, algo improvável, já que a Rússia, com poder de veto, se opõe.

Nos EUA, o debate esquentou com a pressão vinda do Congresso. O Senado aprovou na noite da última terça medida simbólica que pede à comunidade internacional que considere a instauração do embargo a voos líbios.

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Assim como Gates, a secretária de Estado, Hillary Clinton, insistiu em que, por ora, as missões dos EUA são de assistência. Mas reiterou: "Não descartamos nada’’.

Os navios anfíbios USS Kear­­sarge e USS Ponce, que chegaram ao Mediterrâneo ontem, se unem a três outras embarcações norte-americanas já posicionadas na região, incluindo dois destróieres.