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Trump vai mandar tropas à fronteira para tentar conter problema de migração 

Hondurenhos seguem em caravana em direção à fronteira entre o México e os Estados Unidos | PEDRO PARDO/AFP
Hondurenhos seguem em caravana em direção à fronteira entre o México e os Estados Unidos (Foto: PEDRO PARDO/AFP)

O Pentágono enviará centenas de soldados à fronteira com o México em razão do avanço da caravana de imigrantes da América Central, informou uma fonte nesta quinta-feira, 25, depois que presidente Donald Trump afirmou que os militares seriam usados para combater a "emergência nacional" na fronteira.

Falando sob condição de anonimato, a autoridade informou que as tropas serão usadas principalmente para fornecer apoio logístico, incluindo tendas, veículos e equipamentos. Trump tuitou anteriormente que as leis "inspiradas pelos democratas" dificultam a situação das pessoas na fronteira. 

"Estou trazendo os militares para esta Emergência Nacional. (Os imigrantes) serão parados!", escreveu o presidente americano em sua conta no Twitter, reforçando o discurso anti-imigração, um dos principais eixos de sua campanha eleitoral. 

Críticas quase diárias de Trump

Desde o dia 13 deste mês, quando a caravana de imigrantes - que tem mais de 7 mil membros - saiu de San Pedro Sula, em Honduras, Trump faz críticas quase diariamente a esta questão. Ele já ameaçou países da América Central com o corte de ajuda financeira por não terem sido capazes de impedir a marcha. 

Cerca de 2,1 mil membros da Guarda Nacional já foram enviados para a fronteira de EUA e México depois de um decreto assinado por Trump em abril. Essas tropas também cumprem, principalmente, funções de apoio logístico para que as patrulhas de fronteira possam se dedicar apenas a vigiar a divisa entre os dois países. 

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A emissora americana CNN relatou que, inicialmente, espera-se que o secretário de Defesa, Jim Mattis, autorize o envio de mais 800 membros da Guarda Nacional para reforçar o efetivo que já foi mobilizada para essa região. 

Desde que a caravana de migrantes partiu de San Pedro Sula, em Honduras, no dia 13, Trump tem manifestado fortes críticas e feito ameaças aos integrantes da marcha - em sua maioria hondurenhos, mas também com cidadãos de Guatemala e do México, entre outros. O presidente já ameaçou cortar a ajuda à América Central e fechar a fronteira com o México. 

Na noite de segunda-feira, num comício no Texas, Trump disse haver criminosos infiltrados na caravana. Ele afirmou que havia pessoas do Oriente Médio no grupo, acusação que ele repetiu nesta terça. 

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Já o vice-presidente americano, Mike Pence, disse nesta terça que o presidente de Honduras lhe informou que a caravana de migrantes foi organizada por grupos de esquerda financiados pela Venezuela. 

"O que o presidente de Honduras me disse é que foi organizada por grupos esquerdistas de Honduras financiados pela Venezuela e enviados ao norte para desafiar a nossa soberania e a nossa fronteira", declarou Pence em um evento organizado pelo jornal The Washington Post. Ele não apresentou provas para comprovar a alegação. 

Tema de campanha

A 12 dias para as eleições legislativas, Trump transformou a caravana em alvo de críticas e em parte de um referendo contra os democratas, a quem responsabiliza pelo que considera frágil lei imigratória. Não é a primeira vez que o presidente ameaça usar forças militares para impedir a entrada de imigrantes nos EUA. Em abril, quando outra caravana de migrantes atravessava o México em direção ao país, o republicano defendeu que tropas americanas detivessem o fluxo, sugerindo que fizessem o que autoridades migratórias não conseguiam. 

Mas, após discutir o tema com Mattis e outras autoridades, solicitou apenas que guardas nacionais fossem mobilizados para atuar em funções de apoio. Os soldados do Exército costumam ser impedidos por lei de atuar em funções relativas à segurança doméstica, como a apreensão de pessoas na fronteira. 

Segundo autoridades ouvidas pelo Times, a autorização que será assinada pelo secretário nesta tarde seria legal, porque os soldados atuariam em papéis de apoio, em vez de no policiamento ou reforço da aplicação de leis.

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