Mais de 400 pessoas protestaram na manhã desta quarta-feira (19) no centro de Túnis contra o novo governo de transição da Tunísia, formado na segunda-feira.
"Queremos um novo Parlamento, uma nova Constituição e uma nova República", gritavam os manifestantes, cercados por um grande dispositivo policial.
Nas ruas de Túnis, é possível observar uma forte oposição ao governo de transição formado na segunda-feira por membros da equipe do presidente destituído Zine El Abidine Ben Ali, que ficou 23 anos no poder.
Um dos slogan dos manifestantes é: "Povo, rebele-se contra os partidários de Ben Ali".
"O ministro de Assuntos Financeiros é um amigo dos Trabelsi", a família da mulher de Ben Ali, dizia um dos cartazes carregados pelos manifestantes.
"Fora RCD (Reunião Democrática Constitucional, partido de Ben Ali)", proclamava outro cartaz.
"Policial, você também é uma vítima, venha participar conosco nesta revolta", gritavam os manifestantes.
Vários protestos contra a presença de membros da equipe do presidente deposto Ben Ali no novo governo tomaram o país.
O novo Poder Executivo foi formado três dias depois da queda do regime de Ben Ali, que na última sexta-feira viu-se obrigado a fugir para o exílio na Arábia Saudita após um mês de rebelião popular, a "Revolução de Jasmim".Conselho de ministros
O governo de transição vai realizar na quinta-feira o primeiro conselho de ministros, informou à AFP um de seus membros.
Em consequência da instabilidade no país, a agência de classificação financeira Moody's anunciou nesta quarta-feira que rebaixou a nota da dívida soberana da Tunísia.
A Moody's reduziu de Baa2 para Baa3 a nota da dívida soberana do país e mudou a perspectiva de estável para negativa.
Também rebaixou a nota do Banco Central a Baa3 com uma perspectiva negativa.
Ben Ali
A Arábia Saudita proibiu qualquer atividade relacionada à Tunísia ao ex-presidente Ben Ali, que está refugiado no reino desde 14 de janeiro, anunciou o ministro saudita das Relações Exteriores, Saud Al Faisal.
"O ex-presidente não deve ter nenhuma atividade relacionada com a Tunísia no território saudita", afirmou o chanceler em entrevista ao canal de televisão estatal.
"Não terá nenhuma ação vinculada a seu país autorizada", completou.
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