A nuvem de cinzas produzida pelo vulcão chileno Puyehue-Caulle, que levou à suspensão de voos nesta terça-feira (7), não deve impactar o fluxo de turistas para a Argentina, um dos principais destinos internacionais dos brasileiros nesta época do ano. A avaliação é do diretor de assuntos internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Leonel Rossi Jr.. Ele acredita que a situação deve ser controlada em alguns dias, antes do início da temporada de inverno de Bariloche, no final de junho. "Nós acreditamos que tem bastante tempo para a nuvem se dissipar e que, em alguns dias, isso já esteja fora de questão."
Hoje, em torno de 400 mil brasileiros visitam a Argentina durante o inverno, sendo que pelo menos 300 mil buscam destinos onde encontram neve e esqui. A nuvem de cinzas gerada pelo vulcão chileno, na avaliação do diretor da Abav, não pode ser comparada com a formada no ano passado por um vulcão islandês, que interrompeu por vários dias o tráfego aéreo na Europa. "Eu acredito que isso não dure muito tempo. Não é uma coisa tão pesada como foi na Europa, na Islândia."
A estimativa da entidade é de que a venda de pacotes de viagem apresente nesta época do ano um resultado semelhante ao do ano passado. "Eu diria que deve empatar com o ano passado, não deve registrar, por exemplo, um crescimento nos porcentuais observados no início do ano", afirmou.
De acordo com o diretor da Abav, a venda de pacotes de viagem apresentou alta entre 10% e 12% no início de 2011, ante o mesmo período de 2010. Na avaliação dele, o bom resultado nos meses de janeiro e fevereiro pode explicar, em parte, a redução do ritmo de alta, que deve ser observada nos próximos meses. "Os consumidores estão dando uma acomodada, as pessoas gastaram e agora estão dando um tempo", explicou. "E nós temos de entender que as pessoas não estão gastando só em viagens, elas estão gastando em automóveis, televisões, em móveis."
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