A Otan chegou a um acordo na quinta-feira para assumir o comando de todas as operações militares de aliados na Líbia, atualmente a cargo dos Estados Unidos, depois de dias de discussões algumas vezes acaloradas com a Turquia, país muçulmano que integra a aliança atlântica.
"Foi alcançado um compromisso em princípio em um prazo muito curto", disse a repórteres o chanceler turco Ahmet Davutoglu, em Ancara. "A operação será entregue completamente à Otan e haverá um único comando e controle."
O acordo foi feito depois de várias conversas por telefone entre a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e os ministros de Relações Exteriores de Turquia, França e Grã-Bretanha.
Antes, líderes turcos haviam demonstrado desconfiança sobre os motivos por trás da intervenção ocidental na Líbia, dando a entender que a ação era motivada pelo petróleo e riquezas minerais do país e não pelo desejo de proteger a população civil das forças do líder líbio, Muamar Kadafi.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que tenta desvencilhar seu país de duas guerras, no Iraque e Afeganistão, insistia em transferir a responsabilidade da campanha para a Organização do Tratado do Atlântico Norte em dias, e não semanas.
Davutoglu disse que a Otan assumirá a incumbência tão logo quanto possível. Altos funcionários da organização afirmaram que levaria 72 horas depois de aprovada a diretiva.
Não houve confirmação de imediato da Otan, em Bruxelas, onde estavam reunidos os embaixadores dos Estados membros. Um alto funcionário disse que os embaixadores estavam consultando os governos.
O Parlamento turco aprovou, antes, a adesão do país à operação naval para implementar o embargo da Organização das Nações Unidas à venda de armas para a Líbia.
A Turquia quer que a Otan comande a missão na Líbia a fim de conseguir limitar as operações aliadas contra a infraestrutura do país e evitar as mortes de civis muçulmanos que poderiam ocorrer como resultado de bombardeios.
A França, que iniciou no sábado a campanha de ataques aéreos ao lado de EUA e Grã-Bretanha, considera que a Otan deveria ter um papel técnico, enquanto um conjunto de países aliados, incluindo a Liga Árabe, exerceria o controle político.
Para a França, se a Otan ficasse no comando isso levaria à perda de apoio árabe por causa da impopularidade dos EUA no mundo árabe.
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