Primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, anunciou que irá antecipar as eleições durante conferência nesta quinta-feira (13)| Foto: STRINGER/TURKEY/REUTERS

A Turquia deve realizar uma eleição antecipada no segundo semestre depois que as conversas para formar uma coalizão de governo fracassaram nesta quinta-feira (13), aumentando a incerteza no país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em meio à luta contra insurgentes do Estado Islâmico em suas fronteiras e militantes curdos em casa.

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O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, disse que as eleições parecem, agora, a única opção, já que as negociações entre seu Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco) e a principal sigla opositora, o Partido Republicano do Povo (CHP, na sigla em turco), não levaram a um acordo.

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Ele exortou o Parlamento a convocar um novo pleito e afirmou que preferia que fosse realizado o mais cedo possível. “Surgiu o entendimento de que não há bases no momento para se formar um governo de parceria”, declarou Davutoglu em uma entrevista coletiva depois de se reunir com o líder do CHP, Kemal Kilicdaroglu.

“Parece que... a tarefa de apelar à vontade nacional novamente depois que todos os canais forem esgotados, para garantir a estabilidade permanente de nosso país, aumentou imensamente como possibilidade. Na verdade, se tornou a única possibilidade.”

A notícia derrubou os papéis turcos. A lira, a moeda local, perdeu força e atingiu a mínima recorde, e as ações caíram até 3%. Muitos investidores esperavam um acordo entre o AKP e o CHP, que é de centro-esquerda e simpático ao empresariado, e temem que outra eleição só servirá para prolongar a instabilidade.

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“Do ponto de vista do sentimento geral, a Turquia precisa de uma eleição-relâmpago agora tanto quanto de um buraco na cabeça”, disse Nicholas Spiro, diretor-gerente da consultoria Spiro Sovereign Strategy, em Londres. A incerteza política coincide com ameaças quase sem precedentes à segurança nacional turca.

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A nação, que é candidata a ingressar na União Europeia, está em estado de alerta desde que lançou uma “guerra sincronizada ao terror” no mês passado, que incluiu ataques aéreos contra combatentes do Estado Islâmico na Síria e militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) no norte do Iraque, e ainda deteve centenas de supostos militantes.