Muitas boas ideias costumam ir por água abaixo por falhas em obter o suporte financeiro necessário. Esse, decididamente, não foi o caso da Pastoral da Criança. A organização humanitária mais bem sucedida do Brasil tem uma gestão modelar, com transparência e balanços auditados. E, em 2009, conseguiu a proeza de elevar suas receitas em 21%, em plena crise.
Entre outubro de 2008 e setembro de 2009, a organização teve uma receita líquida de R$ 44 milhões, contra R$ 36,4 milhões em igual período anterior. O crédito pela elevação é, quase todo, do governo federal, que aumentou em 56% a transferência de recursos do Ministério da Saúde para a pastoral. Quase todas as outras fontes de financiamento diminuíram os repasses.
Dos doadores privados, o único aumento foi o dos usuários de energia elétrica. Não são grandes empresas, que abatem as contribuições do Imposto de Renda e faturam em cima, citando as ações em seu relatório socioambiental. O grupo reúne aquelas pessoas físicas que autorizam a distribuidora de energia a debitar valores pequenos (em geral, coisa de R$ 5) de sua conta, para doar à pastoral.
Apesar de ter uma boa gestão financeira, o segredo da pastoral não está no dinheiro, mas nas pessoas. Que dinheiro poderia pagar os mais de 260 mil voluntários que fazem funcionar os trabalhos da instituição?
A própria pastoral dá uma dica. Um estudo feito com dados de 2007 mostra que, se fosse remunerado, o trabalho dos voluntários custaria ao ano cerca de R$ 112 milhões cerca de três vezes o que a instituição arrecada.
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