Na Venezuela para um encontro sobre a América Latina, o escritor peruano Mario Vargas Llosa pediu um "diálogo efetivo" entre governo e oposição e afirmou que a crise no país afeta todo o continente. O Prêmio Nobel da Literatura falou ainda da tristeza que sente com o país, "o mais rico da América Latina, e um dos mais ricos do mundo, mas que tem a inflação mais alta do continente e é conhecido não pelos seus êxitos, mas pela violência".

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Para ele, os países socialistas que funcionam, Espanha, Alemanha e França, renunciaram a seus princípios filosóficos básicos, como o coletivismo e o socialismo, "porque eles minam as liberdades".

"A Venezuela foi se aproximando dos exemplos mais patéticos de fracassos econômicos e sociais, como Cuba e Coreia do Norte. Como esses países podem ser um modelo para alguém, se fracassaram e vivem em anacronismos evidentes? O que acontece no país é um anacronismo radical. Nestes 15 anos, várias vezes os venezuelanos tiveram a oportunidade de dizer não ao populismo do líder impetuoso e, sem dúvida, carismático. Essas eleições mostraram que os povos podem se equivocar e votar pela regressão no lugar do progresso."

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Apesar disso, Vargas Llosa comemorou que o povo tenha demonstrado que pode responder com valentia.

"O que aconteceu nestas últimas semanas [os protestos] é extraordinário. Na América Latina, os rostos que representam a Venezuela não são de Nicolás Maduro ou Diosdado Cabello, mas de Leopoldo López, de María Corina Machado e, principalmente, de todos os estudantes anônimos. A repressão não pode por fim no sentimento de liberdade."