Shirin Ebadi, vencedora do prêmio Nobel da Paz, foi acusada de apoiar Israel por manifestates que cercaram sua casa| Foto: Francois Lenoir / Reuters

Cerca de 150 manifestantes fizeram um protesto em frente à casa e ao escritório da ganhadora do prêmio Nobel da PazShirin Ebadi nesta quinta-feira, acusando-a de ser favorável a Israel, o principal inimigo do Estado islâmico, afirmou um membro de sua organização de direitos humanos.

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Abdulreza Tajik, do Centro de Defensores dos Direitos Humanos liderado por Ebadi, disse acreditar que se tratavam de estudantes membros da milícia religiosa Basij. Os manifestantes derrubaram uma placa da firma de advocacia de Ebadi e pisaram em cima, disse Tajik à Reuters.

"Israel comete crimes, Ebadi os apóia", diziam os manifestantes, segundo Tajik. Os dizeres fazem referência aos ataques do estado judaico em Gaza. Tajik disse que os manifestantes se dispersaram depois de uma intervenção policial. Não ficou claro o motivo das acusações contra Ebadi.

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Tajik disse que o centro de supervisão de direitos humanos de Ebadi condenou a violência contra os palestinos na Faixa de Gaza, pedindo medidas internacionais para conter a ofensiva israelense.

Um líder da Basij em uma universidade de Medicina iraniana, Alireza Keighobadi, disse à agência de notícias ISNA que os membros de sua organização se reuniram do lado de fora do escritório de Ebadi, que fica no mesmo prédio que sua casa.

"Considerando que Shirin Ebadi recebeu seu prêmio Nobel da Paz pela defesa das crianças, nos reunimos em frente ao seu escritório para perguntar se as crianças de Gaza não são crianças a serem defendidas", disse.

O incidente acontece um dia depois que o Ministro das Relações Exteriores da França, agindo em nome da União Européia, convocar o embaixador iraniano em Paris para protestar sobre o tratamento de Ebadi.

O governo iraniano fez uma incursão no escritório de advocacia de Ebadi em Teerã no início da semana, menos de dez dias depois de fechar a sede de seu centro de Direitos Humanos, disse um grupo de defesa de direitos nos Estados Unidos na terça-feira.

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Ebadi critica repetidamente os dados sobre respeito a direitos humanos do Irã, dizendo que o país teve o maior número de execuções per capita em 2007, e um número crescente de presos políticos.