Caracas, Venezuela| Foto: Federico Parra/AFP

Os venezuelanos adiantaram seus relógios neste domingo (1º) em 30 minutos em um esforço do governo para encarar a crise energética.

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A mudança do fuso oficial do país para quatro horas a menos que o meridiano de Greenwich é uma das tentativas do presidente Nicolás Maduro para reduzir o consumo de energia na Venezuela, que enfrenta atualmente não apenas racionamento programado de energia como também apagões imprevistos de várias horas.

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Em 9 de dezembro de 2007, o governo de Hugo Chávez havia adiantado em 30 minutos seu fuso oficial com o mesmo objetivo de poupar energia. A economia de eletricidade também levou a adoção de medidas de limitação em 2010.

O governo Maduro coloca a culpa da crise elétrica no fenômeno El Niño, dizendo que a seca trazida por ele é a pior enfrentada em 40 anos e que esvaziou represas como a de El Guri, responsável pela geração de 70% da eletricidade da Venezuela.

As medidas para reduzir o consumo incluem ainda a redução da jornada de trabalho no setor público a apenas dois dias por semana e a redução da semana de aulas nas escolas para quatro dias, de segunda a quinta. Os centros comerciais trabalham também em horários menores e devem gerar parte da energia que utilizam.

Contrapartida

A crise elétrica exacerbou o descontentamento social com o governo Maduro. Segundo pesquisas, 60% dos venezuelanos querem sua saída do poder.

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Neste sábado (30), Maduro anunciou um aumento de 30% no salário mínimo do país, para 15.051 bolívares por mês.

Ainda que no câmbio oficial, controlado pelo governo e de acesso altamente restrito, o valor seja alto (correspondendo a US$ 1.505), ele não chega a US$ 14 no paralelo.

Segundo o Banco Central da Venezuela, 2015 fechou com retração econômica de 5,7% e inflação de 180,9%. A inflação esperada para este ano é de 720%, segundo o FMI. Além disso, o país atravessa uma grave escassez de produtos básicos, de comida a remédios.

Maduro

Desde que foi eleito à Presidência, em abril de 2013, Maduro aumentou o salário mínimo no país 12 vezes. No mesmo meio tempo, o bolívar desvalorizou 98% frente ao dólar no câmbio paralelo.

Na sexta (29), a Polar, principal fabricante de cerveja da Venezuela, suspendeu as operações de sua última fábrica após ser impedida de ter acesso a divisas em moeda estrangeira para compra de matéria prima.

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