O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou na madrugada desta quarta-feira (16) o fechamento da fronteira com a Colômbia no Estado de Apure. A medida faz parte da ofensiva do governo contra paramilitares e o contrabando.
Apure é o terceiro dos cinco Estados da fronteira a ter a passagem fechada. A interrupção unilateral do tráfego entre os dois países, iniciada em agosto, abriu uma crise entre Maduro e o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos.
O mandatário anunciou o estado de exceção nos três municípios de Apure que fazem fronteira com a Colômbia. A medida ainda foi ampliada para mais cinco municípios de Zulia, Estado sob reforço de segurança desde a semana passada.
Em discurso na TV estatal, Maduro disse que a intenção com o fechamento é garantir uma fronteira segura. “A fronteira pertence ao povo, não a grupos criminais, assassinos e contrabandistas.”
Ele acusou o vizinho Santos de não querer se reunir com ele por não ter aceitado a mediação da Unasul (União das Nações Sul-Americanas). “Estou pronto para ir, tomara que aconteça, mas tenho a sensação de que ele não quer se reunir.”
Ainda criticando o colombiano, o chavista disse que os problemas da fronteira dos dois países não se resolvem “com visitas e operações midiáticas”. “Resolvem-se se você e eu nos vermos, nos sentarmos a conversar com respeito.”
Maduro referia-se a uma suposta reunião da Unasul em Quito citada horas antes pela chanceler Delcy Rodríguez. Porém, o Uruguai, que tem a presidência temporária do bloco, e o Equador negaram que houvesse algo definido.
Santos
Na manhã desta quarta, Santos afirmou que o novo fechamento da fronteira deixa os países mais distantes da solução. “Só atuando de forma coordenada podemos enfrentar o contrabando e o crime, que é responsabilidade dos dois países.”
Para ele, uma reunião entre os dois chefes de Estado precisa de um mínimo de preparação, o que ainda não foi possível. E disse que seu governo atuará com “firmeza, prudência, diplomacia e diálogo, sem cair em provocações”.
Horas depois, o vice-presidente venezuelano, Jorge Arreaza, participou de um levantamento em terras de Apure sob estado de exceção. Ele participa de uma avaliação do governo para expropriar fazendas improdutivas.
Desde o fechamento da primeira parte da fronteira, em 19 de agosto, a Venezuela deportou mais de 1.400 pessoas. A ação militar também levou à saída de mais de 18 mil colombianos de cidades venezuelanas.
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