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O vídeo em que o autor de um dos ataques da última semana em Paris presta obediência ao grupo extremista Estado Islâmico levantou uma aparente contradição e trouxe dúvidas sobre a relação dele com outros autores dos ataques. Dois outros militantes alegaram ser da Al-Qaeda, uma organização extremista rival.

O Estado Islâmico não coopera com militantes da Al-Qaeda e os dois grupos lutam por território em um conflito paralelo em meio à guerra civil na Síria. Questionamentos sobre as conexões entre os três autores dos ataques na França passaram a ser feitos, como por exemplo se eles agiram com conhecimento das redes ou se a amizade entre eles permitiu colocar os conflitos de lado.

Em um vídeo verificado por órgãos de inteligência, Amedy Coulibaly disse que atuou de forma coordenada com os irmãos Said and Cherif Kouachi, a quem se referiu como "os irmãos do nosso time". Os Kouachi realizaram os ataques à sede do jornal satírico Charlie Hebdo.

"Fizemos as coisas um pouco juntos e um pouco em separado, para que tivesse mais impacto", disse Coulibaly em vídeo falando um francês fluente. Ele acrescentou que ajudou os irmãos financeiramente com "alguns milhares de euros" para a operação. O vídeo também mostra o atirador fazendo flexões de braço e mostra rifles automáticos, pistolas e munição.

Coulibaly falou no vídeo sobre a escolha de atacar a publicação e outro alvo - um supermercado de produtos voltados para judeus. "O que estamos fazendo é completamente legítimo, dado o que eles fazem", disse.

Promotores dizem que Coulibaly matou quatro reféns no supermercado e matou um policial. Ele morreu quando a polícia entrou no supermercado, minutos depois de forças terem matado os irmãos Kouachi.

Sobreviventes afirmam que os autores do ataque ao Charlie Hebdo alegaram ser da Al-Qaeda no Iêmen, grupo que os Estados Unidos consideram o mais perigoso dessa rede.

Especialistas levantam dúvidas sobre se os ataques poderiam ter sido coordenados por grupos rivais. Enquanto Cherif Kouachi foi condenado por terrorismo em 2008 e acredita-se que seu irmão Said tenha treinado e lutado com forças da Al-Qaeda no Iêmen, não há evidências até o momento de que Coulibaly tenha sequer ido à Síria ou ao Iraque, onde o Estado Islâmico atua. A viúva dele foi vista pela última vez numa cidade na fronteira da Turquia com a Síria dias antes dos ataques em Paris. Fonte: Associated Press.

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