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Cartazes identificam um comércio como “propriedade de negros” em Oakland, na Califórnia | JOSH EDELSON/AFP
Cartazes identificam um comércio como “propriedade de negros” em Oakland, na Califórnia| Foto: JOSH EDELSON/AFP

Um dos efeitos mais perversos já sentidos após a eleição de Donald Trump como novo presidente dos EUA é a exaltação de preceitos supremacistas brancos e a exacerbação da intolerância contra muçulmanos e imigrantes — cardápio principal das dezenas de grupos de ódio que proliferam no país. Pichações, gritos de guerra e até o carro roubado de uma seguidora do islamismo mostram que a chegada do magnata ao poder despertou com toda a força a tensão social e racial existente no país.

A Ku Klux Klan (KKK) anunciou que vai realizar um desfile da vitória em uma cidade da Carolina do Norte em comemoração pelo triunfo de Trump, trazendo o nacionalismo branco de volta ao noticiário. Os Cavaleiros Leais da KKK, com base em Pelham, divulgaram em seu site o dia 3 de dezembro como a data do evento. O anúncio referindo-se à parada traz no topo uma ilustração do presidente eleito. “A campanha de Trump uniu o meu povo”, está publicado no site, com todas as letras maiúsculas.

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O ex-líder da KKK David Duke — ex-deputado pela Louisiana, e que perdeu agora a disputa pelo Senado — tomou para si o crédito pela vitória de Trump com a ajuda dos supremacistas brancos. “Não se enganem sobre isso. Nosso povo desempenhou um ENORME papel para eleger Trump!”, escreveu ele no Twitter.

Há quase 50 grupos de ódio espalhados pelos EUA. Além dos supremacistas, o principal deles a KKK, os maiores estão ligados ao nacionalismo branco, como o Advanced White Society, ao racismo skinhead e ao nazismo, como o Partido Nazista Americano. Há também o outro lado da moeda, com separatistas negros, como os Novos Panteras Negras.

Em atos de ódio promovidos na sexta-feira (11), foi pichado “Trump” na porta de uma sala de orações para muçulmanos da Escola de Engenharia da New York University. “Nosso campus não está imune à intolerância que sufoca os EUA”, escreveu, em nota, a Associação de Estudantes Muçulmanos da universidade. O suspeito, de pele clara, e vestindo um casaco escuro, fugiu. Na San Diego State University, uma estudante de fé islâmica teve o carro roubado por dois homens que fizeram comentários sobre Trump e os muçulmanos. “Tudo indica que ela tornou-se alvo por conta de suas vestes tradicionais e pelo hijab”, informou a polícia local.

Ainda na quarta, alunos da Royal Oak Middle School, em Michigan, começaram a gritar no refeitório: “Construa o muro! Construa o muro!” O vídeo das palavras de ordem dos alunos que foi visto milhões de vezes nas mídias sociais.

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